O dólar encerrou esta quinta-feira (21) com alta de 0,60%, cotado a R$ 5,811, enquanto o Ibovespa registrou queda de 0,99%, fechando aos 126.922 pontos. A instabilidade foi impulsionada por tensões no cenário internacional e pela espera de medidas fiscais do governo brasileiro.
No âmbito global, o conflito entre Rússia e Ucrânia ganhou destaque após a Rússia usar, pela primeira vez, um míssil intercontinental projetado para guerra nuclear. O ataque, que atingiu a cidade de Dnipro, intensificou os temores de uma escalada no conflito, com possíveis impactos em membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
A autorização recente dos Estados Unidos para que a Ucrânia utilize mísseis de longo alcance contra alvos dentro da Rússia também contribuiu para a escalada de tensões. Em resposta, o presidente russo, Vladimir Putin, flexibilizou as condições para o uso de armamento nuclear, o que gerou preocupações em mercados globais, incluindo o de commodities.
No mercado internacional, o barril de petróleo Brent subiu 2%, enquanto investidores buscaram segurança no dólar, evitando ativos de maior risco. Além disso, as políticas econômicas do ex-presidente americano Donald Trump voltaram a ganhar relevância, com destaque para sua possível reeleição e indicações para cargos-chave, como Howard Lutnick para o Departamento de Comércio.
No Brasil, a espera por medidas fiscais já se arrasta por semanas. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta quinta-feira (21) que a redação do pacote está em fase final e deve ser anunciada em breve pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ele garantiu que o governo seguirá o arcabouço fiscal e que ajustes orçamentários, previstos para serem detalhados na sexta-feira (22), comprovarão esse compromisso.
As medidas podem gerar uma economia estimada de R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões em 2025 e R$ 40 bilhões em 2026, totalizando R$ 70 bilhões.