Mesmo em meio à instabilidade global provocada pela guerra comercial deflagrada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, os mercados de câmbio e ações do Brasil seguem mostrando resiliência. Nesta segunda-feira (28), o dólar registrou a sétima queda consecutiva frente ao real, enquanto a Bolsa brasileira voltou a fechar em alta.
A moeda americana recuou 0,68%, encerrando o dia cotada a R$ 5,64. O Ibovespa, principal índice da B3, avançou 0,21% e alcançou os 135.015 pontos, em linha com o desempenho de Wall Street. Nos Estados Unidos, o Dow Jones subiu 0,28%, o S&P 500 teve leve alta de 0,06%, enquanto o Nasdaq recuou 0,10%, impactado principalmente pelas ações de tecnologia.
O movimento de desvalorização do dólar reflete uma tendência global. Às 16h45, o índice DXY — que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas de países desenvolvidos — caiu 0,51%, para 98,95 pontos. No entanto, frente a moedas de economias emergentes, como o peso mexicano, o dólar teve valorização de 0,40%.
Entre as commodities, o ouro registrou alta de 1,49%, com a onça-troy (31,1 gramas) sendo negociada a US$ 3.347,7 na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Já o petróleo apresentou queda: o barril do tipo Brent recuou 1,51%, enquanto o WTI cedeu 1,54%, ambos com contratos para junho.
A pressão sobre o dólar e a volatilidade nas bolsas globais decorrem da incerteza econômica gerada pelo aumento de tarifas americanas, anunciado por Trump em 2 de abril — data que o republicano apelidou de “Dia da Libertação”. As medidas alimentaram temores de inflação e risco de recessão nos Estados Unidos, influenciando o fluxo de capitais para mercados como o brasileiro.