Após registrar uma sequência histórica de 12 quedas consecutivas, o dólar voltou a subir nesta quarta-feira (5/2), encerrando o dia com avanço de 0,4%, negociado a R$ 5,794. O movimento ocorre em meio às repercussões das recentes decisões do governo de Donald Trump nos Estados Unidos e a divulgação de indicadores econômicos nacionais.
Na sessão anterior, a moeda americana havia fechado a R$ 5,771, o menor valor desde novembro do ano passado, acumulando uma queda de 0,76%. Com o resultado desta quarta-feira, o dólar registra desvalorização de 0,74% no mês e de 6,24% em 2025.
O mercado financeiro seguiu atento às ações do presidente norte-americano, Donald Trump, especialmente em relação ao Oriente Médio. Recentemente, Trump declarou que os Estados Unidos assumiriam o controle da Faixa de Gaza e participariam da reconstrução da região após os confrontos entre Israel e Hamas.
A incerteza em torno do posicionamento do governo americano gera reflexos no cenário global, impactando mercados emergentes, como o Brasil.
Outro fator que impactou os mercados foi o aumento das tarifas comerciais entre Estados Unidos e China. Pequim anunciou novas taxas sobre a importação de carvão, gás natural liquefeito, petróleo e maquinário agrícola americanos, o que ampliou as incertezas sobre o crescimento global.
Em resposta, Washington aplicou tarifas adicionais sobre produtos chineses e elevou tributação de importações do Canadá e do México, embora tenha recuado parcialmente após negociações com os líderes desses países.
Reação do mercado
No cenário doméstico, o mercado reagiu aos dados da produção industrial brasileira, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em dezembro, o setor registrou queda de 0,3%, mas apresentou crescimento de 1,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado de 2024, a indústria nacional avançou 3,1%, melhor resultado desde 2021.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), também refletiu os movimentos do mercado e fechou em alta de 0,29%, atingindo 125,5 mil pontos. Entre os destaques, a Embraer registrou forte valorização de mais de 15%, impulsionada pelo anúncio de um grande pedido de aeronaves pela Flexjet, empresa americana de aviação executiva.