O dólar apresentou queda firme nesta terça-feira (25) e esboçou fechar abaixo R$ 5,70. Com mínima de R$ 5,6729, o dólar à vista terminou o dia cotado a R$ 5,7092, baixa de 0,75%, interrompendo uma sequência de três pregões de alta, em que havia acumulado valorização de 1,85%. Em março, a moeda apresenta recuo de 3,50%, o que leva a uma desvalorização de 7,62% no ano.
O dia foi marcado pelo recuo da moeda americana no exterior, após dados mais fracos da economia dos EUA. O real apresentou, ao lado dos pesos chileno e colombiano, o melhor desempenho entre as principais moedas globais, em meio a relatos de fluxo estrangeiro para ações domésticas e ao tom duro da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), com aceno à continuidade do aperto monetário.
A ata demonstra que o ciclo de alta não está completo. A Selic deve ir para cerca de 15% e rodar nesse nível por bastante tempo. Isso garante um período relevante de diferencial de juros expressivo, o que dá sustentação ao real”, afirma o gestor de macro da Az Quest, Gustavo Menezes.
Na ata, o Copom afirma que optou por três sinalizações a respeito da condução da política monetária. Em primeiro lugar, dada a desancoragem das expectativas de inflação, julgou “apropriado indicar que o ciclo não está encerrado”. Em razão da defasagem do aperto monetário, indicou que a próxima alta da Selic não será de um ponto percentual e, por último, afirmou que a magnitude do ciclo será “ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.
A ata teve um tom mais duro do que o adotado no comunicado da decisão e permite a interpretação de que pode haver restrição monetária por mais tempo”, afirma o diretor de Pesquisa Econômica do Banco Pine, Cristiano Oliveira, que projeta Selic em 14,75% no fim do ciclo, com alta de 75 pontos em maio, mas ressalta que pode revisar seu cenário para incorporar nova elevação em junho.