As doenças cardiovasculares causam a morte de 400 mil brasileiros todos os anos, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), sendo a principal causa de morte no Brasil. Somente em 2025, foram registrados mais de 271 mil óbitos no País em decorrência de problemas no coração e na circulação.
Conhecido pela campanha de Setembro Amarelo, o nono mês do ano também é dedicado à conscientização de doenças cardiovasculares, chamando atenção para a necessidade de prevenção, diagnóstico precoce e acompanhamento médico regular.
De acordo com a SBC, a cada 90 segundos uma pessoa morre por doença cardiovascular no Brasil, totalizando 46 óbitos por hora. No entanto, 80% desses casos são evitáveis, especialmente se a pessoa mantiver exames e idas ao médico em dia.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) informa que as doenças cardiovasculares são um grupo de doenças que afeta o coração e os vasos sanguíneos, e incluem:
- Doença coronariana: doença dos vasos sanguíneos que irrigam o músculo cardíaco;
- Doença cerebrovascular: doença dos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro;
- Doença arterial periférica: doença dos vasos sanguíneos que irrigam os membros superiores e inferiores;
- Doença cardíaca reumática: danos no músculo do coração e válvulas cardíacas devido à febre reumática, causada por bactérias estreptocócicas;
- Cardiopatia congênita: malformações na estrutura do coração existentes desde o nascimento;
- Trombose venosa profunda e embolia pulmonar: coágulos sanguíneos nas veias das pernas, que podem se desalojar e se mover para o coração e os pulmões.
Os mais importantes fatores de risco comportamentais, tanto para doenças cardíacas quanto para Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs), são dietas inadequadas, sedentarismo, uso de tabaco e uso nocivo do álcool. Para a OPAS, os efeitos na saúde do corpo humano podem se manifestar por meio de pressão arterial elevada, glicemia alta, hiperlipidemia, sobrepeso e obesidade.
Já o cardiologista Leonardo Severino destaca que entre os fatores de risco mais comuns para o surgimento dessas doenças está o colesterol elevado, considerado silencioso por não apresentar sintomas até que surjam complicações mais graves. “O colesterol alto favorece a formação de placas de gordura nas artérias, reduz o fluxo sanguíneo e prejudica a oxigenação dos órgãos. Por ser silencioso, só costuma apresentar sinais quando já existem alterações significativas”, afirma.
Ele explica que o diagnóstico do colesterol alto é feito principalmente por meio do perfil lipídico, exame de sangue que mede colesterol total, LDL (“ruim”), HDL (“bom”) e triglicerídeos. “O LDL é a principal ferramenta para definição do risco cardiovascular, enquanto o HDL é importante como segunda linha de prioridade”, detalha Severino, que lembra que metas específicas devem ser definidas pelo médico de acordo com o risco do paciente.
O controle do colesterol envolve, principalmente, mudanças no estilo de vida: alimentação equilibrada, prática regular de atividade física e controle do peso. Quando necessário, medicamentos podem ser prescritos, mas a adesão a hábitos saudáveis continua sendo fundamental. “De nada adianta usar medicação se o paciente não estiver comprometido com dieta, atividade física e manutenção do peso ideal”, alerta o cardiologista. “Além disso, tomar os remédios corretamente é essencial, e eventuais efeitos colaterais devem ser discutidos com o médico para evitar interrupções desnecessárias”, conclui.