As doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de mortes no Brasil, com mais de 248 mil óbitos registrados somente este ano, conforme dados do Cardiômetro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Em períodos de calor extremo, como os meses de agosto e setembro, a atenção aos cuidados com a saúde do coração deve ser intensificada, especialmente no Distrito Federal, onde as altas temperaturas e a baixa umidade agravam os riscos.
De acordo com a cardiologista Edna Maria Marques, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES), “o clima muito quente e seco é capaz de provocar casos de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC), além das arritmias cardíacas”. Esse aumento nos riscos ocorre porque as temperaturas elevadas causam dilatação dos vasos sanguíneos e artérias, resultando em uma queda da pressão arterial. “Para compensar essas alterações, o organismo eleva a frequência cardíaca, amplificando também a chance de desenvolver arritmia”, explica Marques.
Além disso, a especialista aponta que há um crescimento nos casos de tonturas e desmaios, especialmente em pacientes que já sofrem de disautonomias, como a síndrome do vaso vagal e a taquicardia postural ortostática.
“Nessa época do ano, o mais importante é garantir uma boa hidratação e uma alimentação saudável”, destaca a cardiologista, enfatizando a importância de evitar a exposição ao sol durante os horários de maior intensidade e de utilizar protetor solar, chapéu e roupas leves.
Para aqueles que já possuem problemas cardíacos, manter o tratamento em dia é essencial. Em situações de emergência, a recomendação é procurar os hospitais da rede pública de saúde ou as unidades de pronto atendimento (UPA). O Distrito Federal conta ainda com 176 unidades básicas de saúde, que servem como a principal porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Conscientização cardiovascular
Nesta quarta-feira (14), é celebrado o Dia Nacional do Cardiologista, uma data dedicada a reforçar a importância dos cuidados com a saúde cardiovascular. A orientação geral é que a população, principalmente homens a partir dos 45 anos e mulheres a partir dos 50 anos, realizem avaliações anuais. Para aqueles com histórico familiar de infartos, os exames de rotina devem começar já aos 18 anos.
A SES destaca que, além da prevenção, a conscientização sobre os riscos cardiovasculares durante os períodos de altas temperaturas é fundamental para reduzir os índices de mortalidade e garantir uma melhor qualidade de vida à população.