Com uma única doação de sangue é possível ajudar cerca de quatro vidas. Imagine então desempenhar este mesmo gesto 20 vezes ao ano? Este é o exemplo do servidor público Hernan Cunha, 37 anos, que tem como meta pessoal “doar o máximo possível”.
Há quatro anos, o morador do Cruzeiro Novo tornou-se um doador frequente. A primeira foi em 2016, quando o avô precisou de uma transfusão de sangue. A satisfação com o ato voluntário, que acredita ser benéfico tanto ao favorecido quanto ao autor, é a principal motivação. “É gratificante poder ajudar. Seja qual for o receio do interessado em doar, tenho certeza que, ao final do procedimento, estará muito feliz”, declara.
O sangue é um produto essencialmente humano, insubstituível e impossível de ser produzido artificialmente. Como forma de incentivar e prestigiar a atitude altruísta, tão necessária para salvar vidas e melhorar a saúde de pacientes, celebra-se neste sábado, 25 de novembro, o Dia Nacional do Doador de Sangue.
Uma doação, contribuição para várias vidas
Os componentes do sangue são fracionados, atendendo a necessidades específicas. Hemácias, plaquetas, plasma, crioprecipitado, granulócitos… Os concentrados de hemácias – células que transportam oxigênio para os tecidos do organismo – e de plaquetas são os hemocomponentes de uso mais comum. A transfusão de hemácias é, de modo geral, empregada no tratamento de anemias.
Para o controle de hemorragias graves, quando ocorrem lesões nos vasos sanguíneos, utiliza-se o concentrado de plaquetas – fragmentos celulares fundamentais no processo de coagulação. A preparação de uma bolsa capaz de atender um paciente com 70 quilos, por exemplo, em uma coleta convencional, utiliza o sangue oriundo de, no mínimo, sete doadores.
Entretanto, a mesma quantidade é possível ser obtida em uma única coleta: na chamada doação de plaquetas por aférese. Este é o procedimento ao qual o servidor público Hernan submete-se regularmente. Enquanto o intervalo entre as doações convencionais é de pelo menos 90 dias para as mulheres e 60 para os homens, nas doações por aférese o prazo é reduzido para 15 dias. Nelas, a separação dos componentes do sangue ocorre por centrifugação. Um equipamento automatizado capta o sangue do doador e separa apenas as plaquetas. O sangue retorna ao organismo do doador pelo mesmo acesso venoso.
O concentrado do componente resultante desse tipo de doação é especialmente importante a pacientes onco-hematológicos em tratamento quimioterápico, que necessitam de transfusões de sangue regulares. Além disso, o prazo de validade da plaqueta é curto – de apenas cinco dias.
Informação e compromisso
A Secretaria de Saúde (SES-DF) e a Fundação Hemocentro de Brasília atuam de modo a garantir excelência em todo o Ciclo do Sangue, que inicia na captação e conscientização de doadores, passando pelas triagens clínicas e hematológica e coleta de sangue, até chegar no fracionamento e distribuição, finalizando com o descarte de materiais.
Doar sangue é um procedimento seguro, que não oferece riscos ao voluntário. “Com este ato, o doador oferece um ótimo atendimento a toda a rede de saúde do Distrito Federal. Uma pessoa nunca sabe quando irá precisar de uma transfusão de sangue. A partir do momento da doação, um indivíduo contribui para a saúde de toda a população”, garante a referência técnica distrital de hematologia e hemoterapia, Nina Oliveira.
Para se candidatar ao ato, basta cumprir algumas condições básicas. As coletas são feitas exclusivamente no Hemocentro de Brasília, no Setor Médico Hospitalar Norte, mediante agendamento prévio realizado no site agenda.df.gov.br ou pelos telefones 160, opção 2, e 0800 644 0160. O atendimento ocorre de segunda-feira a sábado, das 7h15 às 18h.