Do vinho para a água: a mudança de vida de Mara Alcamim após um Burnout

A pandemia trouxe para o foco das discussões sociais um assunto que há tempos precisava ser levado mais a sério: a saúde mental. A condição da mente humana define absolutamente tudo na vida. Se o cérebro não está em pleno funcionamento, é muito mais provável que o ser humano fique sujeito às maiores dificuldades do dia a dia. Um dos temas relacionados a saúde mental que mais tem sido discutido, inclusive, é o Burnout. A condição não tem idade, e está diretamente ligado à intensidade das atividades, principalmente ao trabalho: sem descanso e pausas, o Burnout é quase certo. 

 

Mara Alcamim, uma das chefs brasilienses de mais renome na cidade, hoje muito conhecida pelas cozinhas dos restaurantes Universal, Farofa e o Na Mata, sofreu na pele o Burnout, o esgotamento mental. Mas, após morte de boa parte do que acreditava e pensava, além de uma mudança de vida e de ritmo radical, renasceu em meio a ajuda de pessoas queridas e da inversão de prioridades. “Me percebi entrando em pânico para coisas simples. Tipo dirigir longas e curtas distâncias; ir para cama na hora de dormir e não conseguir; aflição com preocupação financeira e coisas do dia a dia”, conta a empresária.

 

Mara desencadeou uma depressão em decorrência da exaustão, principalmente após a morte de sua gatinha. O fato de não ter controle sobre a morte a deixou impactada sobre a imprevisibilidade da vida e juntou, ainda, com outras perdas que estava tendo na parte profissional, quando precisou abrir mão de suas outras empresas que já teve.

 

“Misturou tudo dentro da mesma panela, mesmo se passando 10 anos do fechamento de tudo. Misturou passado e presente”, relata.

 

 

Mara precisou passar por uma reeducação emocional e a recuperação não foi possível sem ajuda.Descobri que pedir ajuda muda todo o processo. Pedi ajuda aos amigos, a minha irmã e a minha esposa. Isso foi fundamental! Aprendi na terapia a ter hobbies e consegui ficar sem fazer nada o que, para mim, era insuportável”, conta.

 

A chef, então, passou a implementar atividades mais leves em sua rotina, como as aulas de desenho com a irmã Magda, e trouxe, claro, além da ajuda íntima, o cuidado de profissionais, como o psiquiatra dr Lucas, a psicóloga Manu Parente, o nutricionista Max Xavier e o dermatologista Gilvan Alves. 

 

A mudança de vida foi essencial. Hoje, Mara mora na Chapada dos Veadeiros e é a chef de cozinha do Na Mata e Farofa, onde presta consultoria. O Na Mata é o empreendimento queridinho dos críticos culinários, por lá, é possível provar as delícias já conhecidas e feitas pelas mãos da experiente chef. Ao lado da esposa, Luciana Fabrino Alcamim, o novo estilo de vida, mais equilibrado, tem sido implementado um dia após o outro.

 

Mara e Lu Alcamim

 

 

 

 

Definindo quem era a Mara do passado, e quem é a nova Mara que se transforma a cada dia, a chef afirma: “Mara antes: empresária, louca e viciada em trabalho. Já hoje: somente chef de cozinha consultora, feliz e leve. Mas sempre atenta aos sinais. Orai e vigiai é meu lema”, finaliza.

 

Se visse o estado em que ficou, teria feito diferente. Como uma forma de aconselhar gerações que podem estar próximas ao esgotamento, Mara diz: “Teria curtido mais a vida: minha casa, amigos e família. Teria tirado dias de folga sem pensar em nada. Teria percebido os sinais antes ficar completamente paralisada”. 

 

“Fica a dica: a gente sabe quando deu. O esgotamento é quando a gente perde o tesão. Tesão pelas coisas simples e complexas da vida. A dica é procurar ajuda. Terapeuta, família, não importa. E sim, você pode até conseguir sozinha, mas por que não encurtar um caminho que está sendo tão desafiador. Nesta vida a gente não precisa sofrer, se tem sofrimento tem alguma coisa errada. Bora ser feliz. Terapeutizados e medicados. Bora nessa. Eu escolho ser feliz!”.

 

 

 

Relacionados.

Novos hotéis de luxo abrem na França e na Suíça; fique por dentro das novidades

Juliana e Marino Colpo completam dez anos de casados em celebração de quatro dias no RJ

Com buffet da Sweet Cake, 120 convidados se reúnem no Prêmio Engenho