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Do interior do Brasil ao mundo: a ascensão da Casa do Porco

O GPS|Lifetime conversou com o chef no comando do restaurante que integra a lista dos melhores do mundo e, de quebra, descobriu quais são os pratos do menu do jantar no Rústico Premium Grill

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Com a proposta de prover uma gastronomia premium e, ainda sim, acessível, a Casa do Porco conseguiu o posto de um dos melhores restaurantes do mundo, tudo sob o comando e olhar do chef **Jefferson Rueda**, com quem o **GPS|Lifetime** teve a oportunidade de bater um bom papo — e, de quebra, revelar qual será o cardápio que ele preparou para o jantar no **Rústico Premium Grill**.

Aliás, quem é antenado na gastronomia local vai vibrar com essa notícia: o chef, que é responsável pela famosa **Casa do Porco**, localizado na grande São Paulo, estará presente no jantar elaborado pelo **Rústico Premium Grill**, na Chapada dos Veadeiros, evento que acontece ainda neste sábado, 20, a partir das 20 hrs.

#### **O chef Jefferson Rueda no Rústico Premium Grill, neste sábado, 20**
O jantar terá um menu de cinco etapas, e o chef deu uma palinha do que te aguarda! Nós, do **GPS|Lifetime**, tivemos a oportunidade de saber tudo em primeira mão, em uma conversa regada a simpatia e bom humor.

>“Na verdade, as pessoas sempre querem conhecer um pouco do que é a essência da Casa do Porco. (…) Os canapés são os clássicos da casa, por exemplo. A entrada vai ser um tartare de porco que, devido a o trabalho que fazemos a partir do momento que o animal é abatido no frigorífico, passa por uma inspeção, porque no passado não podia comer cru por conta de doença. Então tentamos levar isso e desmistificar esses mitos em cima da carne de porco. Por isso sempre faço questão de colocar. O principal vai ser um stinco de porco, uma panturrilha de leitoa, também é um clássico nosso”, revela o chef ao **GPS|Lifetime**.

Além dos canapés, um prato do tipo _**hors d’œuvre**_, o menu conta ainda com entrada, prato, e sobremesa. Ele, inclusive, revelou ao portal que a ideia é que a entrada seja um **tartare** de porco, e o prato principal o** stinco** de porco, uma panturrilha de leitoa.

>“A Carla [dona do restaurante Rústico Premium Grill] falou comigo por redes sociais e começamos a conversar. Ela disse que o sonho dela era me trazer para a Chapada”, começa a explicar o chef Jefferson Rueda. “A expectativa é que o evento seja um sucesso, que possam nos prestigiar e conhecer um pouco do meu trabalho e da sua história”, explica, de antemão.

**Serviço
Jantar no Rústico Premium Grill**
Onde: Vila São Jorge, na Chapada dos Veadeiros (GO)
Horário: das 20hrs às 00h
Ingressos: a partir de R$ 600 (direito a bebidas)
Mais informações e reservas: (62) 99650-6476 (WhatsApp)

#### **Do interior ao comando de um dos melhores restaurantes do mundo: o chef e sua história**

Sabe aquela clássica cena do filme ratatouille, onde um crítico de gastronomia volta à infância ao se deparar com uma refeição deliciosa? Apesar da comparação, esse é o tipo de sensação que o chef busca proporcionar e experimentar — o da nostalgia, de trazer o brilho no olhar.

Algo que ele mesmo, muitas vezes, sentiu tanta falta de encontrar por aí. Começou a cozinhar aos sete anos, vendo o pai. “Aprendi com meu pai. Meus pais trabalhavam fora e ele chegava mais cedo, então ele preparava a janta. A gente tinha até uma horta em casa. Depois fui trabalhar de açougueiro, com 15 para os 18”, afirma Rueda.

Rueda nasceu no interior de **São Paulo**, na cidade de **São José do Rio Pardo**, onde conheceu o famoso porco a paraguaia, um tipo de porco assado. Formou-se e, em 1997, mudou-se para a grande São Paulo. De lá, esteve em vários restaurantes, aprendeu com inúmeros chefs, viajou o mundo, descobriu tendências, profissionalizou-se e, quando retornou ao Brasil, abriu o primeiro restaurante.

>“Desde o primeiro restaurante, que era o **Pomodoro**, sempre percebi que não se comia carne de porco dentro dos restaurantes. Via faisão, codorna, magra de pato, filé mignon, e nunca tinha porco. Aí comecei a introduzir as coisas que aprendi no açougue. E foi aumentando essa demanda na parte de trabalhar a carne”, explica ao **GPS|Lifetime**.

Tudo isso proporcionou o cenário perfeito para o surgimento da Casa do Porco que, infelizmente, ainda não possui planos de desembarcar no Distrito Federal: “Não temos planos no momento. 80% da minha clientela são turistas do mundo inteiro e da América Latina, e cada cliente que chega lá quer que eu monte um restaurante na região dele”, brinca.

>“Essa receita [do porco a paraguaia] nasceu na guerra do Paraguai, nas tropas de Solano Lopes, e entrou no Sul do Brasil. O Brasil inteiro come esse porco. E aí, por volta de 2010, 2011, quis melhorar a receita — vim para casa da minha mãe, comecei a assar, a hora que vi, desenvolvi uma outra receita, uma outra forma de assar porcos gigantes com mais de 110kg, e depois resolvi abrir a Casa do Porco”, afirma Rueda. “A princípio, eu brincava que ia abrir uma portinha para vender porco assado, tutu, farofa, e aí essa portinha virou o sétimo restaurante do mundo”, celebra, orgulhoso.

Do rapaz simples e interiorano surgiu um chef de alta performance, ousado e muito simpático, que busca proporcionar a melhor experiência possível a quaisquer que sejam seus clientes. Não é de se admirar que integrar a lista dos melhores restaurantes do mundo alegre o coração do paulista — que não deixa de homenagear a equipe, reconhecer seus esforços, e admirar o trabalho duro dos mais de 90 funcionários.

>“Eu fico extremamente feliz, mas vejo que esse título a quem devo é a toda a equipe, todo mundo que trabalha na Casa do Porco, aos 94 funcionários, incluindo salão e cozinha. É muita dedicação de todos, é muito empenho, treinamento, para conseguir realizar esse sonho de estar nesse ranking. É uma colocação muito boa, mas só de estar na lista, de representar o Brasil, é minha maior felicidade ser uma inspiração para que outros restaurantes entrem na lista”, comemora Rueda. “Só quem tá lá sabe que não é fácil. As pessoas têm uma expectativa muito grande, tem pessoas que têm o sonho de conhecer e nosso dever é entregar esse sonho”, completa.

>“O nosso maior diferencial é o preço, perto dos outros restaurantes que estão no ramo. Fazemos alta gastronomia mas temos um preço popular. Vai o dono do banco, o bancário, e o taxista. Hoje custa em torno de 40 dólares que, para o mundo, isso é muito barato. Fazemos alta gastronomia com volume (…). Se você pegar a lista dos 50 e for ver o preço dos outros, não vai encontrar um menos que 100 dólares ou euros, por exemplo”, analisa o chef.