André Braga Aquela dor incômoda na parte inferior da barriga, muitas vezes ignorada ou atribuída a má digestão, pode ser um sinal de alerta do corpo. A diverticulite, uma inflamação no intestino grosso, surge de forma silenciosa, mas quando se manifesta, pode evoluir rapidamente e causar complicações sérias, como infecções, abscessos e até risco de perfuração intestinal. Comum após os 45 anos, a doença está diretamente ligada aos hábitos modernos, alimentação pobre em fibras, sedentarismo e baixa ingestão de água.
“O que muita gente não sabe é que a diverticulite começa de forma silenciosa. A pessoa vive normalmente, sem sentir nada, até que, de repente, aparece uma dor forte na parte inferior da barriga, febre e alterações no funcionamento do intestino. Esse é o momento de procurar um médico imediatamente”, alerta o médico coloproctologista Danilo Munhoz.
Dados da Agência Brasil mostram que as internações por inflamações intestinais cresceram 61% em dez anos, saltando de 14.782 em 2015 para 23.825 em 2024. O aumento acende um sinal de alerta sobre os hábitos de vida da população.
De acordo com o especialista, os principais vilões são a má alimentação, pobre em fibras, o sedentarismo, a obesidade e o baixo consumo de água. Além disso, o uso frequente de anti-inflamatórios também pode contribuir para o surgimento da doença.
“A prevenção é simples, mas exige compromisso com a saúde. Comer melhor, beber mais água e se movimentar um pouco todos os dias pode fazer toda a diferença. A maioria dos casos poderia ser evitada com essas mudanças básicas no dia a dia”, reforça Munhoz.
Os sintomas nem sempre aparecem de forma intensa logo no início. Mas é preciso estar atento aos sinais, como dor persistente no lado esquerdo da barriga, febre baixa, prisão de ventre, diarreia, inchaço, excesso de gases e até náuseas.
O diagnóstico costuma ser feito por meio de exames de imagem, como a tomografia. Na maioria dos casos, o tratamento inclui repouso intestinal, hidratação e uso de antibióticos. No entanto, se a inflamação avança e gera complicações como abscessos ou risco de perfuração, pode ser necessário internação e até cirurgia.
A boa notícia é que, na maioria das vezes, a diverticulite pode ser prevenida com mudanças simples na rotina. Priorizar alimentos ricos em fibras, manter-se hidratado e praticar atividades físicas são medidas essenciais para proteger a saúde do intestino.
“O cuidado é diário. Estar atento aos sinais do corpo e não adiar o atendimento médico é fundamental. A diverticulite é uma doença séria, mas totalmente prevenível com escolhas conscientes”, pontua o médico.
