A mais recente pesquisa Datafolha, divulgada nesta semana, aponta para uma disputa extremamente acirrada na corrida pela Prefeitura de São Paulo. Guilherme Boulos (PSOL) lidera com 26% das intenções de voto, seguido por Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), ambos com 24%. Um cenário tão competitivo não era visto na capital desde as eleições municipais de 2000.
Naquele ano, Marta Suplicy (PT) liderava a corrida eleitoral, enquanto Paulo Maluf (PPB) e Geraldo Alckmin (PSDB) disputavam voto a voto a segunda vaga no segundo turno.
A diferença foi mínima: apenas 7.691 votos separaram Alckmin da classificação para a etapa decisiva. Marta Suplicy e Paulo Maluf avançaram, e a petista acabou eleita prefeita de São Paulo.
A dinâmica eleitoral mudou significativamente desde então. Em 2000, a internet tinha pouca relevância nas campanhas, e a comunicação com o eleitorado era feita, principalmente, por meio de programas de televisão, rádio e eventos públicos. Hoje, em 2024, a internet e as redes sociais desempenham um papel central na estratégia dos candidatos.
Pablo Marçal, por exemplo, se destacou por sua forte presença digital, algo impensável na época de Maluf e Alckmin, quando a visibilidade dependia das mídias tradicionais.
Outro aspecto que diferencia as eleições atuais das de 2000 é a polarização política. O ambiente digital amplificou o debate eleitoral, tornando-o mais segmentado e agressivo.
Em 2000, embora houvesse uma disputa acirrada, as campanhas seguiam um formato mais tradicional, com menor interferência das redes sociais e das plataformas digitais. Diante deste cenário, o segundo turno permanece indefinido.
Enquanto Guilherme Boulos conta com o apoio da esquerda e parece garantir sua vaga, a disputa entre Ricardo Nunes e Pablo Marçal ainda está em aberto.
Assim como em 2000, quando uma pequena diferença de votos decidiu a eleição, a disputa deste ano promete manter eleitores e candidatos em suspense até o último momento.
Mesmo com todas as transformações nas campanhas, o fator surpresa nas eleições de São Paulo continua a marcar o cenário político.