Ganho de peso, genética, idade, número de gestações, estrutura corporal… Transformações causadas pela gravidez influenciam o aparecimento de diástase após o parto, uma condição que causa a separação dos músculos do abdômen.
“A diástase ocorre principalmente pela distensão da musculatura abdominal, devido à própria gravidez. Apesar de o ganho de peso excessivo ser um fator de risco, ela também pode ocorrer em mulheres com peso saudável durante a gestação, pois está relacionada à distensão do reto abdominal”, explica o ginecologista Nélio Veiga Júnior.
A cirurgiã plástica Heloise Manfrim, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, também explica que após o período gestacional, a pele sofre distensão e muitas vezes não retorna à situação inicial, o que chamamos de flacidez.
“A diástase e excesso de pele podem ser acima do umbigo, abaixo do umbigo ou em toda a extensão da abertura da linha média”, explica a profissional.
Além dos efeitos estéticos, a diástase pode causar problemas funcionais, como maior prevalência de desconforto abdominal, dor e diminuição da força muscular abdominal. “Exercícios específicos e fisioterapia pélvica podem melhorar bastante a condição”, completa o ginecologista.
Ainda, em casos onde a diástase é grande, ela não permite uma correta contração dos músculos e a estabilização da coluna, o que pode causar dores lombares, principalmente em pacientes que não fazem exercícios físicos e quando o músculo reto abdominal é muito fraco.
O médico ressalta que a cirurgia é indicada em casos de diástase severa (geralmente mais de 4-5 cm), presença de hérnia umbilical ou epigástrica associada, falha no tratamento conservador com fisioterapia após seis a 12 meses e comprometimento funcional importante.