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Dia Nacional da Cachaça: DF tem produção artesanal premiada

Poucas coisas são tão genuinamente brasileiras quanto a cachaça. Nesta quarta-feira (13), comemora-se o Dia Nacional da Cachaça e, embora o Distrito Federal não seja um grande produtor da bebida em comparação a estados como Minas Gerais e São Paulo, produtores locais se dedicam à fabricação artesanal da bebida, com qualidade reconhecida em prêmios.

De acordo com os dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), o Distrito Federal possui cinco produtores de cachaça cadastrados, que fabricaram no ano de 2022, 145 mil litros do destilado. O faturamento chegou a R$ 2.590.000,00.

Entre eles está o Alambique Amana do Brasil, que produz a cachaça Remedin em uma fazenda na região da Fercal. Em 2022, o rótulo conquistou o prêmio de melhor cachaça branca artesanal do Brasil e, no ano anterior, medalha de prata na Expocachaça, evento da cadeia produtiva. A Cachaça Remedin é comercializada pelo site oficial.

“Somos um alambique familiar de mineiros. Meu pai é um apaixonado por cachaça e iniciou a produção. O terreno aqui é muito bom para produzir cana de açúcar. Começamos em 2020 e já chegamos a produzir 5 mil litros por ano. Ainda é uma produção pequena para o meio, mas o nosso planejamento é de, até 2027, produzirmos 20 mil litros por ano”, conta o produtor João Chaves.

João enfatiza que, a melhor época de produzir a bebida no DF é de maio a outubro, que são os meses de seca. “Nessa época, o °Brix da cana de açúcar (porcentagem de sólidos solúveis dissolvidos no caldo bruto da cana), tem o percentual de açúcar de 26%, que representa uma das melhores canas de qualidade no Brasil. O DF se mostrou com uma ótima capacidade para produção da matéria prima e o uso dela para a cachaça”, destaca.

Ao fim do processo de produção artesanal, em que a destilação é feita em alambique de cobre, a bebida é descansada e envelhecida em tonéis de madeira. Após passar pelo descanso para cada um dos seis rótulos de cachaça produzidos no local, é engarrafada e rotulada, ficando pronta para chegar à mãos dos clientes.

Valorização do produto

Estigmatizada durante muito tempo como uma bebida barata, de pouco valor agregado, a cachaça foi se sofisticando e, depois de ter sido reconhecida no exterior, conquistou o paladar de grande parte dos brasileiros. Hoje, ela é considerada uma bebida nobre e sua produção contribuiu para uma indústria cada vez mais forte e variada.

“Assim como o café e o vinho, a cachaça é uma grande aposta para atrair visitantes a Brasília por meio do Turismo de Experiência, que proporciona ao visitante conhecer de perto a produção com degustação, tour pelas áreas de armazenamento do produto e até hospedagens”, enfatiza o secretário de Turismo, Cristiano Araújo.

Segundo ele, o DF possui marcas de cachaça premiadas, registradas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e são consideradas de excelente qualidade. “Como a Remedin, produzida na RA da Fercal, a Sara Cura, envelhecida no Lago Norte, e a Cavaco. Juntas, elas oferecem ao visitante a oportunidade de experimentar a cachaça produzida aqui em Brasília”, completa.

Embora o DF não seja uma das regiões produtoras mais tradicionais de cachaça do país, a bebida desempenha um papel importante na cultura local e na gastronomia da região. A chef Raquel Amaral se declara uma apaixonada pela cachaça e, além de consumir o produto, utiliza na culinária.

“Eu sou alucinada pela cachaça desde sempre e uso muito na gastronomia. Onde puder, coloco cachaça como ingrediente. É uma bebida sensacional para harmonizar com a comida. Cachaça é cultura, é um produto nosso, genuinamente brasileiro e temos que valorizar”, ressalta Raquel, que lançará no próximo dia 19, o rótulo Cachaça Gastrozinha.

 

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