A Doença de Parkinson, condição neurológica progressiva e incurável, afeta atualmente cerca de 8,5 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para ampliar a conscientização sobre a enfermidade, o dia 11 de abril foi instituído como o Dia Mundial do Parkinson.
Caracterizada pela degeneração dos neurônios responsáveis pela produção de dopamina, neurotransmissor essencial para o controle dos movimentos, a doença costuma se manifestar após os 65 anos. No entanto, a OMS alerta para o crescimento no número de diagnósticos em pessoas com menos de 60, 50 e até 40 anos.
Entre os fatores de risco mais conhecidos estão predisposição genética, sedentarismo e exposição a agrotóxicos e metais pesados. Ainda não existe uma forma definitiva de prevenir o surgimento da doença.
“Sabemos que pessoas fisicamente ativas apresentam uma evolução mais lenta da doença e sintomas menos intensos”, afirma o neurologista Marcelo Lobo, do Centro de Referência em Doença de Parkinson do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). “Mas ainda não temos uma barreira conhecida contra o Parkinson.”
Diagnóstico e atendimento no DF
O diagnóstico é clínico e envolve histórico médico, exames físicos e, em casos específicos, neuroimagem para descartar outras doenças. No Distrito Federal, o atendimento começa nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). A partir dali, pacientes podem ser encaminhados para hospitais regionais, ambulatórios de reabilitação ou para o centro de referência no HBDF, em casos mais complexos.
Sinais de alerta
Os sintomas da doença geralmente surgem de forma discreta, com tremores nas mãos e rigidez muscular. A aposentada Divanice Araújo, 72 anos, notou os primeiros sinais há alguns anos. “Senti rigidez e um leve tremor na mão esquerda. Foi um susto”, relata. Em tratamento no HBDF, ela diz que ainda consegue realizar tarefas domésticas, mas admite que conviver com a doença é desafiador. “Aceitar o diagnóstico é muito difícil.”
Além dos tremores, a doença pode causar lentidão nos movimentos, alterações na fala e na deglutição, distúrbios do sono, depressão e problemas urinários e respiratórios. De acordo com o neurologista, muitos pacientes apresentam, antes mesmo dos tremores, sintomas menos conhecidos, como perda do olfato, constipação e distúrbios do sono REM, em que a pessoa se movimenta durante os sonhos.
Convivência e qualidade de vida
Apesar de não ter cura, o Parkinson pode ser controlado com medicamentos, fisioterapia, acompanhamento médico e, em alguns casos, cirurgia. A prática regular de atividades físicas e o apoio psicológico são apontados como fundamentais para garantir mais qualidade de vida aos pacientes.
O Dia Mundial do Parkinson reforça a importância do diagnóstico precoce, do acesso ao tratamento e da quebra de estigmas que ainda cercam a doença.