O comércio eletrônico no Brasil está em crescimento, a previsão para 2025 é que o faturamento seja de R$ 224,7 bilhões, o que representa um aumento significativo. No entanto, isso também gerou um aumento no número de fraudes e problemas como falta de entrega de produtos e defeitos nos itens comprados. Em datas como a que é celebrada neste sábado (15), o Dia do Consumidor, as pessoas devem ficar ainda mais atentas a possíveis golpes.
De acordo com o advogado Igor Marchetti, do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), a reclamação campeã dos consumidores é com relação ao não cumprimento de ofertas nas compras on-line.
“Isso gera frustração no consumidor. Para você ter uma ideia, no ano passado, a gente teve um terço das demandas relacionadas ao descumprimento de oferta”.
Ele afirmou ainda que a confiança dos consumidores nas medidas de proteção contra fraudes posteriores diminuiu, passando de 51% para 43%, segundo a Serasa Experian. Mas é importante frisar que, mesmo com esses desafios, o comércio eletrônico teve um crescimento de 1,6 ponto percentual em 2024.
Quando a esmola é demais o santo desconfia
Para se proteger de fraudes, é importante pesquisar a confiança da loja online e sempre desconfiar de ofertas “boas demais”. O professor de direito Nauê Bernardo alerta que “se o preço está muito abaixo daquilo que normalmente é praticado no mercado, é porque alguma coisa está errada”.
Além disso, os consumidores devem calcular o preço final, incluindo o frete, e conferir o direito de devolução garantido por lei. Se houver problemas, é fundamental registrar a consulta no Procon ou no site consumidor.gov.br e, se necessário, buscar soluções judiciais. E com relação ao cartão de crédito, o consumidor precisa saber que sempre é possível cancelar compras junto com a operadora do cartão. O advogado Igor Marchetti destaca que “o consumidor não pode, de forma alguma, ser prejudicado nesse cumprimento ou ou ter uma flexibilização nesse sentido”.
O Código de Defesa do Consumidor é uma das legislações mais modernas do Brasil, e deve ser defendido, sem flexibilizações que potenciem os direitos dos cidadãos.
Confira as dicas que separamos para fugir de fraudes online:
- Escolha sites confiáveis: os Procons divulgam anualmente uma lista de sites que devem ser evitados pelo consumidor;
- Confira a reputação da empresa: é importante buscar na própria internet avaliações do comerciante;
- Barato demais? Desconfie de qualquer oferta ‘boa demais’ porque ela pode não ser verdade;
- Calcule o preço com o frete: não adianta receber um bom desconto se o frete é alto;
- Direito de arrependimento garantido: confira o período que a loja anuncia;
- Avaliações: verifique os comentários e vá além apenas dos elogios, pois eles podem ser forjados;
- Se for vítima de um golpe, faça as denúncias na polícia e nos órgãos de defesa do consumidor;
- Evite fazer compras no fim de semana, considerado o “horário nobre” da internet;
- Preços dinâmicos: deslogue das contas nas redes sociais e limpe o histórico e use navegador anônimo para encontrar preço justo;
- Mantenha os itens no carrinho de compra por alguns dias antes de comprar: o sistema de vendas pode incentivar a venda com cupons;
- Custos e prazos: saiba que, quanto mais rápida a entrega, também mais caro será o valor do frete;