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Dia de Cosme e Damião: tradição preservada na capital

Prática de distribuir doces perdeu força nas últimas décadas, mas se mantém viva em Brasília
Comércio também se prepara para a data comemorativa | Foto: Divulgação/ Bomboniere do Cruzeiro
Comércio também se prepara para a data comemorativa | Foto: Divulgação/ Bomboniere do Cruzeiro

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As crianças da atual geração tem pouco conhecimento e costume da tradição brasileira na data de hoje. Nesta sexta-feira (27) se comemora o dia de São Cosme e São Damião, dois santos irmãos que são venerados em diversas culturas e tradições religiosas, especialmente entre as comunidades afro-brasileiras e católicas. Mas o que isso tem a ver com as crianças? Bom, as celebrações da da data comemorativa incluem a distribuição de doces, prática que hoje em dia está cada vez mais rara, mas que a equipe do GPS|Brasília comprovou que ainda existe e resiste na capital federal.

Segundo a crença, o objetivo de distribuir doces é compartilhar a alegria e a generosidade dos santos. Nas décadas de 80 e 90, era muito comum ver as ruas repletas de crianças com sacolinhas na mão, batendo de porta em porta atrás de guloseimas. Uma espécie de Halloween brasileiro. Em algumas cidades, como Salvador e Rio de Janeiro, a tradição sempre ocorreu em proporções ainda maiores.

 

Cultura resguardada

Nas ruas do Distrito Federal, é possível ver que a tradição perdeu força, mas ainda está viva, principalmente, em algumas partes do Plano Piloto, Ceilândia, Guará, Cruzeiro e Taguatinga. Na tarde desta sexta era possível ver dezenas de crianças reunidas na altura da 708 norte à espera de doces. Em poucos minutos no local foi capaz de ver carros chegando com as tradicionais sacolinhas. 

Uma das responsáveis pela doação é Rosely Conceição Hadaad, ela é servidora pública federal aposentada e, todos os anos, monta cerca de 200 sacolinhas para presentear crianças pela cidade. Para ela, a motivação não é apenas ajudar. “O São Cosme Damião representa, pra mim, uma entrega de resultados de promessa. Toda vez que alguém da minha família está com algum problema ligado à saúde, eu faço uma promessa para os santos. Eu tenho uma fé muito grande. Portanto, o que me motiva é agradecer pelas graças alcançadas”, afirmou Roseli.

No comércio, a data também permanece viva. Em uma loja de doces tradicional localizada no Cruzeiro Novo o movimento costuma aumentar consideravelmente na última semana de setembro. “Ano passado vendemos 600 unidades das sacolinhas recheadas com doces. A expectativa esse ano é manter essa média, porque muita gente procura ao longo da semana e ainda vão procurar no fim de semana”, disse Samara Mendes, gerente da Bomboniere do Cruzeiro.

De acordo com Samara, os doces mais procurados são maria-mole, sorverte de maria-mole, suspiro, doce de abóbora, pipoca, bananada no copinho, entre outros.

 

A história dos santos

São Cosme e São Damião viveram no século 3, na região da Cilícia, atual Turquia. Segundo a tradição, eles eram médicos que praticavam a cura sem pedir nada em troca, acreditando que a saúde era um presente divino. A devoção a eles se espalhou rapidamente, especialmente entre os que buscavam auxílio nas enfermidades.

Eles são frequentemente representados com elementos de cura e saúde, como o bálsamo e os instrumentos médicos.

As celebrações no Brasil também podem incluir procissões, danças, músicas e até rituais de agradecimento, refletindo a rica mistura de tradições culturais que caracteriza a religiosidade brasileira. Em algumas cidades, como Salvador e Rio de Janeiro, a festa ganha proporções ainda maiores, com eventos que atraem milhares de pessoas.