Em celebração ao Dia da Gestante, comemorado em 15 de agosto, especialistas destacam a importância da prática regular de atividades físicas durante a gravidez. Manter-se ativa nesse período não só contribui para a saúde da mãe, como também beneficia o desenvolvimento do bebê. No entanto, é fundamental seguir orientações específicas para garantir que os exercícios sejam realizados de forma segura e eficaz.
De acordo com Yara Caldato, ginecologista especializada em saúde regenerativa, todas as gestantes, desde que não apresentem contraindicações, devem ser incentivadas a praticar atividades físicas, como exercícios aeróbicos, de resistência muscular e alongamento. “As mulheres devem escolher atividades que apresentam pouco risco de perda de equilíbrio e de trauma. O trauma direto ao feto é raro, mas é prudente evitar esportes de contato ou com alto risco de colisão”, explica a especialista.
Além disso, Yara alerta para cuidados importantes durante a prática de exercícios: “Deve-se tomar o cuidado de não se exercitar vigorosamente em climas muito quentes e de prover a hidratação adequada, de modo a não prejudicar a termorregulação da mãe.” Ela também ressalta que mulheres sedentárias podem apresentar um declínio considerável do condicionamento físico durante a gravidez, o que aumenta a suscetibilidade a doenças.
O personal trainer Lincoln Cavalcante, especialista em treinamento de alta performance, reforça a necessidade de adaptar a prática de exercícios ao perfil de cada gestante. Ele explica que atividades como breves caminhadas, corridas leves, natação e pilates são altamente recomendadas, mas ressalta: “Existem alguns exercícios contraindicados de forma absoluta na gestação, como saltos, luta com impacto corporal, e exercícios de alta intensidade.”
Ele alerta ainda para o risco de certos exercícios abdominais. “Mais de 2 minutos deitada com a barriga para cima a partir dos 5 meses (20 semanas) pode tornar-se incômodo e afetar a passagem do sangue devido à pressão feita na veia cava inferior, o que pode afetar a oxigenação do bebê.”
Para as mulheres que já eram ativas antes da gravidez, manter uma rotina de exercícios pode trazer diversos benefícios, como melhor oxigenação celular e recuperação pós-parto. Contudo, Lincoln adverte sobre os riscos de certas práticas, especialmente em gestantes com condições como descolamento da placenta, hipertensão arterial ou diabetes gestacional.
O endocrinologista Guilherme Renke também reforça a importância da consulta prévia com o médico antes de iniciar qualquer atividade física. “Uma rotina regular de exercícios só deve ser nutrida caso você seja saudável e sua gravidez seja devidamente normal, sem nenhuma complicação ou risco.” Além disso, ele orienta sobre a necessidade de se manter hidratada ao longo do dia e evitar atividades que possam causar superaquecimento, especialmente durante o primeiro trimestre.
A nutricionista Michelle Ferreira orienta sobre a dieta ideal para gestantes ativas, enfatizando a necessidade de um equilíbrio adequado de macronutrientes e micronutrientes. Segundo ela, é possível complementar a alimentação com suplementos, desde que prescritos por um profissional de saúde.
Michelle destaca: “O whey protein, muitas vezes, é utilizado independente se a gestante pratica atividade física, para complementar o aporte proteico necessário, importante para o desenvolvimento do bebê.” No entanto, ela alerta para o uso de pré-treinos que possuem cafeína: “O excesso de cafeína pode causar sérias alterações, como diminuição do crescimento do bebê e até mesmo prematuridade.”