Uma multidão composta por milhares de baianos e turistas invadiu as ruas de Salvador na manhã desta quinta-feira (11) para celebrar a Lavagem de Senhor do Bonfim. O santo é reverenciado por devotos de diversas fés.
A conexão entre a crença e a disposição de “ir a pé” se materializa na festividade conhecida como “Lavagem do Bonfim”, onde os devotos de Senhor do Bonfim e Oxalá percorrem a distância de cerca de oito quilômetros da igreja da Conceição da Praia, próxima ao Elevador Lacerda, até a Basílica do Senhor do Bonfim, situada na Colina Sagrada. Neste ano, a prefeitura de Salvador providenciou bebedouros e carros-pipa ao longo do trajeto, oferecendo oito pontos de hidratação estratégicos e cinco carros-pipa para garantir água durante a caminhada.
A capital baiana amanheceu com tempo nublado e temperatura de 25°C. Durante o cortejo, grupos de frevo, fanfarras e batuques animarão a jornada. A diversidade de participantes, incluindo devotos de diferentes credos e até mesmo pessoas sem religião, convergem em um único aspecto: todos vestem roupas brancas, simbolizando tanto Senhor do Bonfim no Catolicismo quanto Oxalá nas religiões de matriz africana.
Ao chegar à igreja do Bonfim, o padre Edson Menezes da Silva, reitor da Basílica Santuário, transmitirá uma mensagem e concederá uma bênção a todos, exibindo a imagem do Senhor do Bonfim. Um momento musical proporcionará aos fiéis a oportunidade de descansar da extensa caminhada, enquanto realizam orações, fazem pedidos, cumprem promessas e expressam gratidão ao Senhor do Bonfim.
A atriz Regina Casé, o músico Carlinhos Brown e a atriz Sophie Charlotte também participaram da celebração, além do prefeito Bruno Reis e do ex-prefeito ACM Neto que também celebraram.
Começo da tradição
A tradição da Festa do Bonfim remonta ao século XVIII, quando a imagem do santo foi trazida a Salvador pelo marinheiro português Theodósio Rodrigues de Faria. Em agradecimento por terem sobrevivido a uma tempestade marítima, ele prometeu uma imagem do Senhor do Bonfim e da Nossa Senhora da Guia para o Brasil. O culto cresceu ao longo do tempo, envolvendo até mesmo mulheres escravizadas que, proibidas de entrar na igreja em 1889, iniciaram a tradição da “Lavagem das Escadarias do Bonfim”.
Atualmente, a festividade é uma das manifestações mais reverenciadas na capital baiana.