Após rejeitar a proposta de reajuste de 18% apresentada pelo governo federal, representantes da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) se encontraram nesta sexta-feira (22) com o ex-ministro José Dirceu em busca de apoio para pressionar por um aumento maior. A categoria, que reivindica paridade salarial com a Polícia Federal, classificou a oferta do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) como “insuficiente”.

O encontro foi articulado pelo presidente da Câmara Legislativa do DF, Wellington Luiz (MDB), e pela deputada federal Erika Kokay (PT-DF). O objetivo era contar com a experiência política e proximidade histórica do petista com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas articulações que envolvem a categoria. 

Após o encontro, Wellington Luiz classificou a reunião como “extremamente proveitosa”. “Saímos há pouco com o ministro José Dirceu. Foi um pedido meu para que eles nos recebessem em razão dos últimos acontecimentos. Entendo que foi uma reunião extremamente proveitosa, na qual as forças e nossos deputados puderam mostrar a importância de prestigiar a segurança pública do DF. Estamos trabalhando e tenho certeza absoluta de que, com a nossa união, essa luta será exitosa”, disse. 

Kokay lembrou do histórico de Dirceu com a causa das forças de segurança do Distrito Federal.”Fui convidada para participar desta reunião para que pudéssemos conversar com Zé Dirceu, na expectativa de que ele possa nos ajudar, assim como já ajudou anteriormente as forças de segurança do DF, com a perspectiva de alcançarmos uma proposta justa.”

Proposta recusada

Mais cedo, representantes da PCDF estiveram no Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) para discutir proposta de reajuste salarial da categoria. O encontro contou ainda com a participação de servidores do Governo do DF (GDF) e parlamentares. 

Após a reunião, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Distrito Federal (Sindepo-DF) emitiu nota afirmando que a proposta colocada à mesa pelo governo federal consiste em um reajuste de 18%, dividida em duas parcelas — 8% a partir de setembro deste ano e outros 8% em abril de 2026. Para a entidade, a medida foi considerada “insuficiente diante da pauta histórica da categoria”.

“Foi um índice que não esperávamos. Tecnicamente, ouvimos de todos, aqui no MGI, que estava ajustado. Agora apresentaram outro percentual, o que nos faz perceber que é uma questão política, e não técnica”, afirmou Cláudia Alcântara, presidente do Sindepo.

Diante do cenário, as entidades de classe convocaram assembleias informativas para a próxima segunda-feira (25), quando a proposta será apresentada e debatida com a categoria. O Sindepo-DF realizará sua reunião às 15h, em local ainda a ser confirmado.