O deputado distrital Daniel de Castro (PP) saiu em defesa do pastor David Eldridge, dos EUA, que condenou a comunidade LGBTQIA+ durante evento de uma igreja evangélica, no domingo de Carnaval (19), no Parque da Cidade de Brasília.
A Polícia Civil abriu uma investigação contra o religioso para apurar a disseminação de ódio contra a comunidade, já que o crime é equiparado ao de racismo.
“Repudio veementemente a tentativa de criminalizar a pregação de um pastor durante um culto. A Constituição Federal brasileira garante a liberdade de religião a todos os cidadãos, incluindo os cristãos, que têm o direito de expressar e praticar sua fé sem serem discriminados. No entanto, é comum ver tentativas de cerceamento da liberdade religiosa, como a recente tentativa de criminalizar a pregação de um pastor durante um culto”, disse Castro, que é da Assembleia de Deus de Madureira, em nota pública.
Antes, o deputado Fábio Felix (PSol), que preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa (CLDF), afirmou ter acionado o Ministério Público para investigar o discurso do estrangeiro.
“É lamentável ver que a Comissão de Direitos Humanos tente aplicar a lei apenas para tentar ‘garantir direitos das minorias’, ainda que isso vá de encontro aos direitos da maioria e suas garantias legais de culto e liberdade, como mencionado. Já estou com minha assessoria jurídica analisando, estudando a matéria e preparando a resposta, que virá no tempo certo”, continuou o parlamentar.
Daniel de Castro garantiu “respeitar as diferenças”, mas acusou o opositor de “discriminação”.
“Afinal, onde estavam esses defensores quando tripudiaram da figura de Cristo na passarela do samba? Onde estavam quando quebraram imagens sacras que os católicos adoram e as enfiaram nos órgãos genitais? Onde estavam quando essa comunidade foi para frente de nossas igrejas se agarrarem e se beijarem em desrespeito à nossa fé?”, continuou.
**Entenda**
Durante o evento evangélico, o pastor David Eldridge pregou aos fiéis que os homossexuais, lésbicas, bissexuais e transgêneros teriam “uma reserva no inferno”.
O vídeo chegou a ser divulgado pelo Congresso Geral da União de Mocidades das Assembleias de Deus de Brasília, mas acabou sendo editado após a repercussão do caso.
“A LGBTfobia não pode ser relativizada e tão pouco promovida pelo poder público. O que se vê nessas imagens é o derramamento de combustível pro ódio constante que faz com que LGBTI+ sejam agredidos fisicamente e assassinados todos os dias”, disse Fábio Felix.