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Deputadas distritais conversam com o GPS|Brasília sobre o lugar das mulheres na política brasileira

As quatro representantes femininas da Câmara Legislativa lutam por equidade

Dos 24 deputados distritais eleitos em 2022, somente quatro são mulheres. Dayse Amarilio (PSB), Doutora Jane (MDB), Jaqueline Silva (MDB) e Paula Belmonte (Cidadania) compõem a bancada do Poder Legislativo do Distrito Federal e lutam pela representatividade feminina na política brasileira.

Especialmente para o Mês das Mulheres, o GPS|Brasília conversou com as deputadas para entender mais sobre o cenário e o trabalho delas para ajudar a mudar a realidade de milhares de outras brasilienses.

Procuradora Especial da Mulher da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) e presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) da Casa, Dayse Amarilio é formada em enfermagem pela Universidade de Brasília (UnB) e luta pelos profissionais de sua área e pela defesa do SUS. No parlamento, ela visa ampliar sua atuação dando vez e voz a quem precisa.

Além disso, é responsável pela criação de diversas leis, emenda de lei orgânica, lei complementar, decretos legislativos e resoluções, que abordam questões relacionadas ao profissional da enfermagem, à violência obstétrica e contra a mulher, aos cuidados à mulher em uso abusivo de álcool, à instituição do Observatório da Mulher, entre outras. 

Hoje entendo mais ainda que espaços de poder e de decisão, e política também – que significa poder, autoridade e dinheiro para muitos -, é um espaço muito masculino”, acredita a deputada. Para ela, as mulheres têm despertado para o fato de que precisam estar nesses espaços. “Poder não é dado e nem concedido, é uma autoridade que tem que ser tomada”, afirma. 

As mulheres precisam cada dia mais se ajudarem e despertarem para o fato de que nós precisamos sim tomar esses espaços de poder e decisão para que a gente possa, enfim, dar aos nossos filhos o direito de viver em um mundo sem medo e mais justo. Porque as mulheres na política representam comprovadamente o maior estado democrático e a maior luta pela dignidade de quem mais precisa”, conclui

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Deputada Dayse Amarilio | Foto: reprodução/Instagram

Doutora Jane, que trabalha no serviço público há 42 anos, já trabalhou com saúde, educação e segurança pública, áreas pelas quais é militante. “Na Câmara Legislativa, eu procurei pontuar meu trabalho mais fortemente em torno dessas pautas”, explica. “O que se resume é um atendimento comunitário mesmo, à saúde, ao cuidado das cidades e com as mulheres”, revela.

No entanto, ela destaca que seu foco principal é no direito da mulher e na ciência e tecnologia, visto que foi procuradora jurídica da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF). “Falar sobre os desafios da mulher na política é falar sobre a necessidade de volume, de mais mulheres atuantes, para que a gente consiga alimentar esse círculo que chamamos de virtuoso”, afirma. 

Mais mulheres vão se empolgar e se interessar, e nós teremos mais mulheres fazendo política pública para mulher e sendo vistas por outras, que vão desenvolver esse interesse e virão também para a política”, acredita. 

A deputada destaca que, em certo momento, as mulheres eram eleitas “apenas para cumprir cota, porque a Lei exigia 30% de participação feminina”. Então, na maior parte dos casos, elas não terminavam os processos eleitorais, recebiam pouco apoio ou, até mesmo, não acreditavam no próprio potencial. 

Nós temos mulheres com muito potencial, mas falta ainda muito apoio para que elas realmente venham fortalecidas e concorram em pé de igualdade com os homens”, observa. “São muitos desafios a vencer e fazer com que a frase ‘lugar de mulher é onde ela quiser’, que parece um clichê, se torne real”

“A gente tem dito muitas vezes que as mulheres não querem ser homens, elas só querem ter oportunidades iguais. Então, na política, isso é uma grande realidade. Nós queremos força partidária para realmente podermos ir para disputa em pé de igualdade e, aí sim, ocupar esse lugar de atrair outras mulheres.”

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Deputada Doutora Jane | Foto: reprodução/Instagram

A deputada Jaqueline Silva também se considera uma entusiasta da participação feminina nos espaços de poder, seja nos Três Poderes ou na iniciativa privada. “Nós temos um grande potencial, mas, às vezes, a gente mesmo não valoriza isso e não reconhece”, comenta.

Defensora do setor produtivo, ela conduziu em seu mandato ações sociais como mutirões de revitalização de espaços públicos, praças, plantio de árvores e reforma de equipamentos. Entre outras bandeiras, é a favor do investimento em infraestrutura, da participação popular em seu mandato e de medidas que reduzam as desigualdades. Além disso, ela trabalha ativamente na pauta da educação e das pessoas idosas.

No que diz respeito à representatividade feminina, a deputada reconhece o avanço, mas destaca que é preciso evoluir cada vez mais. “Acho que a gente tem rompido essa barreira de que mulher não pode estar no Parlamento, de que para ela é mais difícil. E é mesmo, mas a gente consegue contornar e passar por cima dessas dificuldades”, afirma.

É muito importante a participação feminina em todos os locais de poder, mas as mulheres conseguem lidar com isso com muita habilidade, mesmo sendo minoria. Conseguimos nos posicionar e trabalhar de forma muito ativa. O meu grande sonho é o dia em que vamos conseguir ter no mínimo 50% de representantes mulheres na política.”

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Deputada Jaqueline Silva | Foto: reprodução/Instagram

A empresária Paula Belmonte entrou na política para defender prioritariamente as crianças, depois de ter perdido um filho com dois anos de idade. Suas principais bandeiras como deputada distrital e deputada federal (2019-2022) são a geração de emprego por meio do empreendedorismo, o bom uso do dinheiro público e a defesa da primeira infância.

À frente da Procuradoria Especial da Mulher, ela atua no debate de políticas voltadas para o público feminino e na luta pela construção de uma sociedade em que as mulheres sejam respeitadas e tenham seus direitos preservados e garantidos. “Não costumo pensar na comparação entre mulheres e homens com a ideia de competitividade. Somos diferentes, mas precisamos uns dos outros”, acredita. “Sei dos desafios que mulheres na política enfrentam diariamente, mas, aqui na Câmara Legislativa do DF, somos muito respeitadas pelos nossos pares”, revela.

Ainda, ela ressalta que, na sua visão, a maior mudança para as mulheres é, na verdade, a força propulsora para chegarem ainda mais longe: “não há ainda tanto estímulo à participação da mulher na política, mas isso tem mudado e vai se transformar ainda mais ao longo do tempo”, afirma. “Por isso, deixo um recado para todas as mulheres de Brasília e do Brasil: que possamos participar da política. Seja por meio do voto, do acompanhamento dos mandatos dos parlamentares ou como candidatas. A política é para todas – e todos”, conclui.

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Deputada Paula Belmonte | Foto: cortesia

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