A Rodoviária do Plano Piloto, mais especificamente na Plataforma C (inferior entre a escada principal e a do metrô), será palco, nesta quinta-feira (20), de um protesto protagonizado por trabalhadores demitidos da Companhia Energética de Brasília (CEB) e ambulantes que trabalham no local.
Thiago Ávila, comunicador e defensor de Direitos Humanos, é um dos organizadores do protesto e enfatiza que o ato representa um grito de dignidade dos trabalhadores, que não ficarão passivos diante da tomada de seus meios de trabalho em benefício das privatizações. Ele critica a forma como ocorreu a venda da CEB e a tentativa de concessão da Rodoviária do Plano Piloto e da Galeria dos Estados, alegando que tais processos foram realizados durante a pandemia, sem amplo debate com a sociedade.
“Enquanto megaempresários lucram milhões, os serviços se tornam mais caros para a população, trabalhadores são demitidos e têm suas vidas precarizadas, e as empresas exigem cada vez mais recursos do governo sem cumprir as promessas de investimento“, destaca.
Solange Xavier, uma das trabalhadoras concursadas da CEB demitidas sem justa causa após a privatização, expressa a indignação com a falta de prioridade do governo para encontrar uma solução para essas famílias. Ela lamenta a perda de empregos estáveis no serviço público e critica a decisão do governador de passar por cima de tudo para privatizar a CEB, resultando em demissões injustas para aumentar o lucro.
“Não é justo que as pessoas planejam suas vidas em torno de um emprego estável, concursado no serviço público e, de uma hora pra outra, no meio da pandemia, o governador decide passar por cima de tudo para privatizar a CEB e a nova empresa demite trabalhadores sem justa causa apenas para lucrar mais”, desabafa.
Líder da categoria, Rosângela Rosa ressalta a importância do momento para pressionar pela restituição dos trabalhadores demitidos e pela reincorporação dos demais trabalhadores à estabilidade do serviço público nas áreas da CEB que não foram privatizadas.
“São mais de 500 pessoas que merecem ter respeitado seu direito de trabalhar dignamente e ter estabilidade. Não podemos aceitar a fome para as demitidas nem a precarização e o medo para as que ainda permanecem sob gestão privada e precarizada”, disse.