O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) reagiu, nesta segunda-feira (27), após a repercussão do depoimento de Rodrigo Tacla Duran para a Justiça Federal. O advogado acusou o ex-procurador e o senador Sergio Moro (União-PR), que foi juiz da Lava Jato, de “extorsão”.
O depoente foi apontado como um dos “operadores de offshores” criadas para o recebimento de propina, conforme as investigações da Lava Jato. Deltan classificou o depoimento como “mentiroso”.
“É constrangedor ver a militância comemorando o depoimento de hoje como uma ‘vitória’, sendo que não é nada mais que 1 história falsa, requentada pela 3ª vez sem novidade e que já foi investigada pelo MPF e PGR, que a descartaram totalmente. Isso revela desespero”, afirmou Deltan nas redes sociais.
O ex-procurador lavajatista também criticou a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na semana passada, quando afirmou que as possíveis ameaças de líderes criminosos contra Sergio Moro seriam “armações”.
“A verdade é que tanto o governo quanto a militância estão até hoje sem direção depois dos desastres políticos e de comunicação criados por Lula na semana passada, e por isso tentam criar cortinas de fumaça pra desviar o foco dos erros do governo, que eles não conseguem explicar”, continuou.
Alvo
Alvo da Lava Jato, Duran teria recebido R$ 36 milhões de empreiteiras investigadas na Lava Jato, entre elas, a UTC, Mendes Júnior e EIT, conforme consta nas investigações.
O depoimento para a Justiça Federal acabou encerrado porque, segundo o juízo, seria para “evitar futuro impedimento”, já que Moro e Deltan, hoje, são congressistas e, por isso, têm foro especial no Supremo Tribunal Federal.
O caso, então, foi encaminhado para análise da Suprema Corte.
Defesa de Moro
Em nota, a assessoria do senador Sergio Moro disse, sobre as acusações registradas na Justiça Federal, que há contradições no depoimento do advogado.
“Trata-se de uma pessoa que, após inicialmente negar, confessou depois lavar profissionalmente dinheiro para a Odebrecht e teve a prisão preventiva decretada na Lava Jato. Desde 2017 faz acusações falsas, sem qualquer prova, salvo as que ele mesmo fabricou. Tenta desde 2020 fazer delação premiada junto à Procuradoria Geral da República, sem sucesso. Por ausência de provas, o procedimento na PGR foi arquivado em 9/6/22”.