No STF, defesa de Mauro Cid reafirma validade de delação e nega coação

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro é considerado pela PGR uma peça central na articulação golpistas

A defesa de Mauro Cid reafirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a validade da delação premiada do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Os advogados negaram que o militar tenha sido coagido a relatar a suposta tentativa de golpe, mas contestaram o pedido de condenação apresentado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.

“Nós não concordamos com o pedido de condenação do ministro [Paulo] Gonet. Mas nem por isso eu posso dizer que ele me coagiu, nem o ministro Alexandre de Moraes, nem o delegado”, defendeu o advogado Jair Alves Ferreira. 

Para Gonet, Cid é peça central na articulação da suposta trama golpistas para manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022. 

Pela ordem, coube à defesa de Cid abrir as sustentações, já que o militar é o delator do caso.Ferreira iniciou o discurso ressaltando a carreira do cliente nas Forças Armadas e frisou que a delação de Cid já havia sido reconhecida em outras instâncias.

Segundo o advogado, era necessário retomar o tema diante das constantes tentativas de outras defesas de desqualificar a colaboração premiada.

Em seguida, foi a vez do outro advogado de Cid falar, Cezar Bittencourt. Na ocasião, ele argumentou não haver fatos concretos que sustentem a ação contra o cliente. Além disso, Bittencourt negou também que o militar tenha incentivado atentado contra a democracia. “Jamais articulou o golpe”, enfatizou. “O que há é o recebimento passivo de mensagens no seu WhatsApp”. 

Julgamento de Bolsonaro

O STF retomou na tarde desta terça-feira (2) o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e aliados, acusados de articular uma suposta trama golpista para se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022. O relator, ministro Alexandre de Moraes, abriu a sessão afirmando que todos os réus serão julgados de forma imparcial, com amplo direito à defesa, e destacou que qualquer dúvida razoável sobre a autoria dos crimes levará à absolvição.

Durante a sessão, Moraes chamou Bolsonaro de líder da organização criminosa e criticou tentativas de pressões externas, classificando-as como atos dolosos que não afetarão a independência do STF. Em seguida, as defesas iniciaram suas sustentações orais, começando por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, cuja delação premiada é central para o processo.

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Edição 42

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