Os advogados que assumiram a defesa de Anderson Torres encaminharam ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pedido para revogar a prisão do ex-ministro, ou substituir por outra punição “menos gravosa”.
Torres está preso desde o mês de janeiro, quando foi acusado de “omissão dolosa” em relação aos atos antidemocráticos registrados no dia 8 de janeiro, em Brasília.
No decorrer das investigações, surgiram pelo menos duas novas acusações que complicam a situação do ex-ministro: participação em tentativa de suposto golpe, quando uma minuta sobre o tema foi encontrada em sua residência pela Polícia Federal, e também de utilizar estrutura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para, quando ainda era ministro da Justiça, tentar impedir que eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudessem chegar aos locais de votação, nas eleições do ano passado.
No pedido, a defesa alega que a liberdade do mesmo não interferiria nas investigações e que ele está com “tristeza profunda”. Outro argumento é que as filhas de Torres estariam muito abaladas e que sua mãe teria sido diagnosticada com câncer.
“E a ser assim, a manutenção da prisão do requerente, que já dura cerca de 90 (noventa) dias, passaria a ser vista como uma grande injustiça e só se justificaria sob a ótica da antecipação do juízo de valor sobre o mérito (culpa) da causa, o que é iniludivelmente avesso ao sistema acusatório, ao Estado de Direito e ao princípio constitucional da presunção de inocência”, declarou a defesa.