Aos 24 anos, a recém-formada em enfermagem Thalyta de Paula descobriu que as frequentes infecções de garganta escondiam algo grave: uma leucemia linfoide aguda. O diagnóstico veio após uma ida ao pronto-socorro do Hospital Regional de Brazlândia (HRBz), onde exames revelaram uma anemia severa, que exigiu até uma transfusão.
A seguir, o hematologista no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) apontou a doença e encaminhou Thalyta ao Hospital de Base (HBDF), onde começou o tratamento quimioterápico, que durou quatro anos. Não houve necessidade de transplante de medula óssea. Curada da doença, ela continua sendo acompanhada pela equipe da unidade. E hoje é uma das colaboradoras do IgesDF, trabalhando como enfermeira na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recanto das Emas.
O diagnóstico precoce, a rapidez no início do tratamento e o cuidado especializado foram fundamentais para a recuperação. A história dela mostra a importância da saúde pública de qualidade e marca a campanha Junho Laranja, que busca conscientizar a população sobre a leucemia, um tipo de câncer que atinge os glóbulos brancos e a medula óssea, responsável pela produção do sangue.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é de que mais de 11 mil novos casos da doença sejam diagnosticados no Brasil somente este ano. A campanha também destaca a importância da doação de medula óssea e sangue, gestos que podem salvar vidas. A iniciativa também quer ampliar o debate e disseminar informações sobre a doença e as possibilidades de tratamento.
Eu nunca imaginei que a leucemia era uma doença tão comum e frequente. Os sintomas apareceram em mim muito diferentes. Não sabia que uma dor de garganta recorrente e, depois, dores no corpo poderiam ser um alerta para leucemia”, conta.
Durante os seis meses em que esteve internada no Hospital de Base, Thalyta se impressionou com o acolhimento e a dedicação dos profissionais que a acompanharam ao longo do tratamento. “Nesse período, morando no hospital, fui muito bem-assistida em todo o processo da doença. Nunca me faltou nada. Hoje estou curada da leucemia e fazendo acompanhamento com a equipe no HBDF”, conta.