A tensão entre Elon Musk e Donald Trump atingiu um novo patamar nesta quinta-feira (5), quando o bilionário dono da Tesla e da SpaceX acusou o presidente dos Estados Unidos de estar envolvido com o escândalo sexual internacional comandado por Jeffrey Epstein. A afirmação veio em uma publicação explosiva na rede X (antigo Twitter), após uma sequência de ataques públicos entre os dois.
“Hora de soltar a bomba realmente grande: Donald Trump está nos arquivos de Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual eles não foram tornados públicos. Tenha um bom dia, DJT!”, escreveu Musk, em tom provocativo, marcando um rompimento definitivo com o líder republicano, de quem já foi aliado.
Da aliança à ruptura
A relação entre os dois bilionários começou a azedar após Trump ameaçar cortar contratos e subsídios federais das empresas de Musk, como a SpaceX. Em sua plataforma Truth Social, o presidente chamou Musk de “louco” e afirmou que ele estava “se esgotando”. Disse ainda que a decisão de afastá-lo do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) partiu dele mesmo, e não do empresário, como havia sido anunciado dias antes.
Irritado, Musk respondeu afirmando que começaria a desativar a espaçonave Dragon, utilizada em missões comerciais com o governo americano. “Sem mim, Trump teria perdido a eleição. Os democratas controlariam a Câmara e os republicanos teriam 51 a 49 no Senado”, escreveu ele, sugerindo que teve papel decisivo na vitória republicana.
Uma aliança recente e ruidosa
Até pouco tempo atrás, Musk e Trump exibiam uma relação próxima. Na semana passada, chegaram a posar sorridentes em fotos e vídeos, após a saída oficial do bilionário do DOGE. Trump chegou a presenteá-lo com uma chave simbólica e afirmou acreditar no seu retorno ao governo.
Musk foi um dos principais financiadores da campanha republicana em 2024, chegando a prometer a doação de US$ 1 milhão por dia a eleitores registrados de Trump na Pensilvânia, estado considerado crucial para a vitória eleitoral.
O caso Epstein volta ao centro do debate
A acusação feita por Musk reacende o escândalo envolvendo Jeffrey Epstein, financista bilionário acusado de comandar uma rede internacional de tráfico sexual de menores. Em 2008, Epstein foi condenado por solicitação de prostituição de uma menor. Preso novamente em 2019 por crimes semelhantes, foi encontrado morto em sua cela, em circunstâncias até hoje contestadas.
Em 2024, mais de 900 páginas de documentos judiciais revelaram nomes de quase 200 pessoas ligadas ao caso, incluindo figuras como Bill Clinton, príncipe Andrew e o próprio Donald Trump.
A fala de Musk reforça especulações sobre a omissão deliberada de partes desses documentos. Até o momento, a Casa Branca não se pronunciou oficialmente sobre as acusações do empresário.
Com a disputa agora escancarada, o embate entre Musk e Trump promete continuar dominando o noticiário político e econômico dos Estados Unidos.