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Davi Alcolumbre é eleito presidente do Senado e volta a comandar a Casa

Ele volta a comandar a Casa, que presidiu entre 1° de fevereiro de 2019 e 1° de fevereiro de 2021

Com 73 votos, o senador Davi Alcolumbre (União-AP) foi eleito presidente do Senado e do Congresso Nacional. Esta foi a segunda maior votação de um presidente na história. Ele volta a comandar a Casa, que presidiu entre 1° de fevereiro de 2019 e 1° de fevereiro de 2021. O senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) teve quatro votos, assim como Eduardo Girão (Novo-CE). 

Alcolumbre comandará o Senado até 1° de fevereiro de 2027, quando nova eleição será realizada. A confirmação da eleição foi feita há pouco pelo ex-presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Logo depois de eleito, ele recebeu ligações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro, ambos o parabenizando pela eleição.

Lula também publicou uma nota na página oficial do governo. Nela, além de parabenizar Davi Alcolumbre pelo novo mandato na Presidência do Senado e do Congresso Nacional, destaca a necessidade de união nacional. “Um país cresce quando as instituições trabalham em harmonia. Caminharemos juntos na defesa da democracia e na construção de um Brasil mais desenvolvido e menos desigual, com oportunidades para todo o povo brasileiro”, diz a nota.

Críticas à polarização e defesa do País
No discurso após a eleição, Alcolumbre fez críticas duras à polarização política. “Peço o apoio de todas e todos, para que possamos, juntos, guiar o Senado e o Congresso com altivez, equilíbrio e independência, sempre em favor do Brasil. O Brasil clama por pacificação, por um ambiente de respeito e cordialidade, onde as diferenças sejam vistas como oportunidades de crescimento”, disse.

Outro ponto de sua manifestação foi a ênfase nas necessidades do cidadão. Para isso, ele defendeu a promoção da “geração de
emprego, o crescimento econômico, o desenvolvimento social, a saúde pública, a educação de qualidade, a segurança para todos”, dizendo ainda que o Senado deve “contribuir para a solução dos problemas do presente e para a construção de um futuro mais próspero e mais justo, para o Brasil e para os brasileiros”.

Nosso compromisso enquanto instituição, o sentido de nossos mandatos, é buscar atender aos anseios do cidadão, daquele que está fora deste Plenário, observando os políticos de um modo geral e tentando enxergar quando uma política pública vai impactar positivamente a sua vida. Mas é importante que seja dito: este Senado Federal, este Congresso Nacional, não vai se omitir nem vacilar para tomar as decisões que melhorem a vida das pessoas. Antes de cada enfrentamento, cada votação sensível, uma pergunta deverá ecoar em nossas mentes: ‘esse projeto ajuda ou atrapalha o povo? A vida do cidadão que represento será impactada positivamente por essa nova lei?’. É essa visão que quero convidá-los a partilhar comigo e meu trabalho diário será contribuir para que o Congresso Nacional seja porta-voz desse sentimento”, afirmou.

Trajetória de influência
Mesmo longe da presidência nos últimos quatro anos, Alcolumbre manteve sua influência na Casa com o comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ele também aglutinou apoio desde o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até o PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, para sua candidatura. Ao todo, MDB, PSD, PL, União Brasil, PT, PP, PDT, PSB e Republicanos, ou seja, quase todas as legendas com representação na Casa, apoiaram a eleição de Alcolumbre.

Essa ampla frente terá como principal resultado o retorno do PL a cargos de destaque na Casa Alta do Congresso e a redistribuição das principais comissões. Neste sentido, a primeira vice-presidência ficou com Eduardo Gomes (PL-TO) e o ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT-PE) ficou com a segunda-vice-presidência. Os demais cargos da Mesa Diretora foram distribuídos da seguinte maneira: primeira secretaria com Daniella Ribeiro (PSD-PB); Segunda Secretaria com Confúcio Moura (MDB-RO); Terceira Secretaria com Chico Rodrigues (PSB-RR);  e Quarta Secretaria com Laércio Oliveira (PP-SE).

O cenário de vitória de Alcolumbre retomou uma tradição de eleições tranquilas, com uma ampla margem a favor do vencedor. Em 2023, quando Rodrigo Pacheco foi reeleito, o placar foi de 49 votos a 32 a favor do senador mineiro contra Rogério Marinho (PL-RN). Quando foi eleito pela primeira vez, em 2019, Alcolumbre venceu por 42 votos a 13. Em 2015, Renan Calheiros (PMDB) derrotou Luiz Henrique (PMDB) por 49 votos a 31, e em 2009, José Sarney (PMDB) venceu Tião Viana (PT) por 49 votos a 32.

O próprio Sarney protagonizou duas das vitórias mais amplas: 70 votos a 8 contra Randolfe Rodrigues, então integrante do PSOL, e por 76 votos a favor e dois contra, com uma abstenção, em 2003. Em 1991, Mauro Benevides também somou 76 votos favoráveis. Renan também teve uma goleada na sua conta: venceu por 72 votos a quatro em 2005 – mas naquele ano, ele foi candidato único, e os quatro votos foram computados apenas como contrários.

Trânsito com a esquerda e com a direita
Alcolumbre tem bom trânsito com a direita e com a esquerda e, nos últimos anos, durante a gestão de Pacheco, seu aliado, na presidência do Senado, foi responsável por boa parte das negociações envolvendo emendas parlamentares e cargos. São atribuídas a ele, por exemplo, indicações nos ministérios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva das Comunicações, com Juscelino Filho, e da Integração Nacional, com Waldez Góes.

Senador de segundo mandato – foi eleito pela primeira vez em 2014 -, Alcolumbre, de 47 anos, está na política em cargos públicos desde 2001, quando tomou posse como vereador de Macapá. À época, tinha 23 anos e era filiado ao PDT. Em 2002, foi eleito deputado federal pelo mesmo partido. Trocou de sigla em 2006, quando migrou para o PFL, que mudou de nome para DEM em 2007 e depois se fundiu com o PSL para formar o União Brasil, legenda à qual está filiado até hoje.

O senador amapaense é muito cordial com seus pares e conquistou nos últimos anos o espaço de protagonista nas negociações da Casa Alta do Congresso com quem quer que esteja no Palácio do Planalto. No governo de Jair Bolsonaro, estabeleceu uma aproximação da Casa com o então presidente.

Desde que deixou a presidência do Senado, em 2021, o senador amapaense manteve-se em uma posição de destaque na Casa. Foi presidente de um dos mais importantes colegiados, a Comissão de Constituição e Justiça por quatro anos. Esta foi uma forma de Alcolumbre cumprir o que ele chamou, em conversas com amigos, de um “ciclo”. O parlamentar tem sido classificado por petistas como o “novo Lira”, em referência à difícil e volátil relação que o deputado Arthur Lira (PP-AL), na presidência Câmara, teve nos últimos dois anos com o governo.

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