Daniel Alves vira celebridade em presídio espanhol

**Após cumprir pena de 14 anos, um homem deixou o presídio Brians 2, na quarta-feira (25), exibindo uma camisa do Barcelona autografada por Daniel Alves.** “Abraço com amor”, escreveu o brasileiro na dedicatória, acrescentando um emoji sorridente. O lateral-direito está preso preventivamente após ser acusado de agressão sexual. Ele nega as acusações.

**A popularidade do novo preso não deixou ninguém indiferente na prisão catalã**, segundo o agora ex-detento. Ao ser solto, o homem disse que ninguém chama Daniel Alves de “estuprador” e mostrou-se cético sobre a acusação de agressão sexual contra uma mulher em 30 de dezembro em um banheiro da casa noturna Sutton, em Barcelona, que levou o jogador à prisão preventiva. “Aquele cara tem muitos milhões, pode sair com quem quiser. Embora também possa perder a cabeça.”

Daniel Alves completa na sexta-feira (27) uma semana de prisão. **A nova defesa do jogador de 39 anos, encabeçada pelo advogado Cristóbal Martell, tem até terça-feira (31) para apresentar recurso** na 15ª Vara de Barcelona e pedir a soltura provisória do cliente. O prazo foi estendido para dar tempo à nova equipe de advogados para revisar o caso. O recurso é mais uma etapa de um processo complexo em que **a nova defesa do brasileiro tentará redesenhar a estratégia de atuação**.

**A juíza Maria Concepción Canton Martín decretou a prisão de Daniel Alves na última sexta-feira (20)**. Ele foi detido ao dar depoimento sobre o caso de agressão sexual contra uma mulher no dia 30 de dezembro. O Ministério Público da Espanha pediu a prisão preventiva do atleta de 39 anos, sem direito à fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção. **A juíza argumentou na decisão de prender o jogador que existia o risco de fuga**, uma vez que o atleta não mora mais na Espanha e tem recursos financeiros para sair do país a qualquer momento. Além disso, **a Espanha não tem acordo de extradição com o Brasil**.

A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona. **O atleta, que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria trancado, agredido e estuprado a mulher em um banheiro** da sala VIP da casa, segundo o jornal _El Periódico_.

Segundo a imprensa espanhola, **a contradição no depoimento do lateral-direito foi determinante para o Ministério Público do país pedir a prisão e a juíza aceitar**. No início de janeiro, o jogador deu entrevista ao programa _Y Ahora Sonsoles_, da Antena 3, em que **confirmou que esteve na mesma casa noturna que a mulher que o acusa**, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia.

De acordo com os meios de comunicação da Espanha, em seu depoimento, **o atleta afirmou ter tido relações consensuais com a mulher**, cujo nome não foi revelado. Segundo a rádio Cadena SER, **imagens da vigilância interna do local confirmam que Daniel Alves ficou 15 minutos com a mulher no banheiro** da casa noturna.

De acordo com o jornal _El País_, **a mulher não quer ser indenizada e abriu mão de ser ressarcida financeiramente pelas lesões e também pelos danos morais** por entender que o objetivo principal é fazer com que o atleta seja punido pelo ocorrido. O Pumas, do México, anunciou na última sexta (20) que o contrato de trabalho de Daniel Alves com o clube foi rompido por justa causa.

Uma tatuagem foi decisiva para o pedido de prisão preventiva. De acordo com o jornal _El Mundo_, **a vítima descreveu que o jogador tinha uma tatuagem de meia-lua entre o abdome e as partes íntimas**, que só poderia ser vista caso ele estivesse sem roupa.

**Depoimentos fortes**

**O primeiro depoimento colhido junto à vítima foi gravado acidentalmente e acabou ajudando na sustentação da denúncia**, uma vez que as falas da mulher de 23 anos se repetiram nos demais momentos em que foi ouvida pela Justiça catalã. De acordo com o jornal _El Periódico_, um membro da equipe da polícia catalã que acolheu a vítima após a suposta agressão sexual na casa noturna Sutton, em Barcelona, estava com a câmera da farda ligada e gravou, acidentalmente, as falas da mulher.

**Na Catalunha, policiais levam em seus coletes câmeras que gravam suas ações.** A comparação da gravação acidental com o primeiro depoimento oficial da vítima deu a robustez necessária para o andamento da investigação, do processo e consequente prisão de Daniel Alves. Nela, **a vítima aparece chorando desesperadamente e repetindo que Daniel Alves a agrediu física e sexualmente**. A mulher também se dizia envergonhada com a situação e se sentindo culpada por ter ido ao banheiro com o jogador.

Em seus seguintes depoimentos, **a mulher agredida sexualmente por Daniel Alves demonstrou recorrente preocupação com a possível divulgação de sua identidade**. A lei espanhola veda quaisquer veiculações de imagens e dados pessoais da denunciante. **A favor da vítima também estão oitivas de testemunhas** que reafirmaram de forma convicta a agressão sexual sofrida pela mulher. Gravações das câmeras de segurança e materiais colhidos na cena do crime auxiliam na investigação de maneira contundente.

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