Crise financeira no campo: recuperações judiciais disparam no agronegócio

Com alta de 45% nos pedidos, produtores enfrentam juros elevados e dificuldades para manter operações em 2025

O agronegócio brasileiro, responsável por cerca de 30% do PIB do país, enfrenta um momento crítico em 2025. A combinação de juros ainda elevados, queda nos preços de commodities como soja, milho e café, além da alta dos insumos, resultou em um aumento expressivo no número de produtores rurais que recorrem à recuperação judicial. Apenas no primeiro semestre deste ano 700 pedidos foram registrados, um salto de 45% em relação ao mesmo período de 2024.

Segundo o especialista em direito do agronegócio Adriano Bedran, essa deterioração afeta desde pequenos agricultores até grandes grupos do setor. 

“Com a taxa de juros ainda em patamar elevado, o custo do capital de giro aumenta significativamente, dificultando a renegociação de dívidas. Ao mesmo tempo, a retração no preço da soja, do milho e do café pressiona a receita dos produtores, que se veem sem alternativas para manter a operação”, explica.

A recuperação judicial, antes vista como último recurso, vem sendo utilizada como uma ferramenta legítima de reorganização financeira e preservação da atividade rural. Mas os impactos dessa crise vão além das propriedades rurais. A instabilidade financeira pode comprometer toda a cadeia produtiva, incluindo fornecedores, cooperativas, processadores e exportadores.

A continuidade do aumento nos pedidos de recuperação judicial tende a frear investimentos, travar a contratação de mão de obra e reduzir a competitividade internacional do agro brasileiro. Diante desse cenário, especialistas e entidades do setor defendem a adoção urgente de políticas públicas de apoio financeiro, como linhas de crédito emergencial e instrumentos de proteção contra a volatilidade das commodities.

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Edição 42

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