A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas retomará suas atividades na próxima terça-feira (1º/8), quando ouvirá Saulo Moura da Cunha, ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O depoente estava na direção da agência em 8 de janeiro, quando ocorreram invasões e depredações nos prédios dos Três Poderes, em Brasília. Cinco requerimentos foram apresentados para a convocação de Cunha.
Durante o recesso parlamentar, a CPMI recebeu uma grande quantidade de documentos sigilosos que serão utilizados para embasar novas oitivas e pedidos de quebras de sigilo.
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da comissão, afirmou que nas próximas semanas haverá reconvocações e acareações para aprofundar a investigação sobre os autores intelectuais e financiadores dos atos de 8 de janeiro.
A comissão possui 819 requerimentos para serem votados, a maioria solicitando novos depoimentos, incluindo a convocação de sete ministros. A oposição busca ouvir ministros como Flávio Dino, José Múcio, General Marcos Antonio Amaro dos Santos, Rui Costa, Alexandre Padilha, Paulo Pimenta e Márcio Costa Macêdo.
Os governistas requisitaram os depoimentos do general Augusto Heleno e da ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, que está sob questionamentos após a quebra de sigilo do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A CPMI também possui 158 pedidos de quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático aguardando análise, além de solicitações para transferência de dados sigilosos de diversas personalidades.