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Coronavirus: ainda não podemos deixar de falar e de se proteger

**Ele está de volta, em novas “versões”, “roupagens, verdadeiramente, em novas variantes. O coronavírus** vem demonstrando em todo mundo que, apesar dos esforços globais, sua erradicação parece estar **longe de acontecer**. Mesmo vacinados, e com um significativo nível de proteção, alguns questionamentos são inevitáveis: **Será que temos anticorpos para esse vírus após novas mutações? O que significam tantas mutações assim?**!

Como as dúvidas são muitas, o **GPS|Lifetime foi buscar respostas junto ao [Laboratório Sabin](https://blog.sabin.com.br/)** que tem uma equipe de especialistas de primeira linha para trazer explicações quando o assunto é **agentes infecciosos*, e assim esclarecer o *significado da mutação do coronavírus, quais os possíveis impactos para a vida humana e como interpretar essas novidades sem tanta ansiedade**. Vamos então começar respondendo a primeira dessas questões.

As mutações dos vírus são um **evento natural** e até esperado dentro da evolução desses microrganismos. É por isso, por exemplo, que, a cada ano, devemos tomar uma nova dose de vacina contra a gripe, uma vez que **os vírus se transformam e podem ficar mais ou menos resistentes**. Na prática, a mutação de um vírus é comum principalmente naqueles que contêm ácido ribonucleico (cuja sigla é RNA) como material genético — inclusive, esse é o caso do SARS-CoV-2.

![Foto: Svetjekolem / Unsplash.jpg](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Unsplash_0fe5acb523.jpg)

Vírus são **parasitas intracelulares obrigatórios**, ou seja, necessitam do “maquinário” de outras células para poderem se replicar. Para a mutação acontecer, o vírus **precisa estar dentro de um hospedeiro**, como o homem ou outros animais, que comprovadamente já hospedaram o coronavírus — entre eles, porcos, gatos e morcegos. A partir disso, o material genético desse vírus começa a ser replicado, mas nem sempre a sequência genética é copiada perfeitamente, e é natural que aconteçam erros nesse processo.

Grande parte das mutações não causa nenhuma modificação expressiva nos vírus. Entretanto, **o acúmulo de mutações faz com que ele se diferencie do original**. Quanto mais mutações ocorrerem, maiores são as chances disso acontecer, tratando-se de uma questão de probabilidade, e dependendo de onde essa falha no genoma é processada, o vírus pode morrer ou ganhar mais força para seguir se replicando e propagando doenças.

Pensando especificamente no coronavírus, a maioria das variantes não tem, até o momento, alterado significativamente a interação do SARS-CoV-2 com os seres humanos. No entanto, **algumas subvariantes da ômicron, como a recém-descoberta cepa BQ.1, pode ter um escape maior da proteção gerada pelas vacinas**. Esse tipo de variante é classificada como variantes de preocupação e estão sendo constantemente monitoradas pelas agências de saúde ao redor do mundo.

É importante destacar que, apesar do potencial escape imunológico das variantes de preocupação, **as vacinas atuais são capazes de proteger contra casos graves de Covid-19**. Além disso, vale ressaltar que é absolutamente normal que um vírus sofra mutações, e isso, por si só, não deve ser motivo para pânico.

**Mutações Identificadas**

Como existem, continuamente, muitos estudos sobre as mutações do SARS-CoV-2, dezenas de variantes já foram identificadas. Entre elas a **Ômicron,** que foi identificada na África do Sul, mas sua origem é incerta. Ela **é a variante dominante no mundo**, sendo responsável por mais de 90% dos casos de Covid-19, além das suas subvariantes BA.4 e BA.5 que dominaram o mundo em pouco tempo.

Apesar de ser mais transmissível e os casos de mortes confirmadas em várias partes do mundo é provável que ela seja **menos perigosa para os pulmões**, sendo possível que ela cause menos casos graves do que outras subdivisões do vírus. Por outro lado, os sintomas gerados são ainda mais semelhantes aos da gripe, o que dificulta e atrasa o diagnóstico.

![Foto: Louis Reed / Unsplash.jpg](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Unsplash_c96e50e5cf.jpg)

A variante **BQ.1 é uma sublinhagem da ômicron**, derivada da variante **BA.5** e que tem causado o aumento significativo de casos de Covid-19 ao redor do mundo. **No Brasil, a BQ.1 foi identificada inicialmente em outubro de 2022, no estado do Amazonas**. Epidemiologistas apontam que essa variante já apresenta características de transmissão local, principalmente em cidades como o Rio de Janeiro, região com o maior número de casos atualmente. Além disso, a BQ.1 circulante no Brasil é a mesma variante encontrada na Europa, em países como França e Alemanha.

Com relação à gravidade e sintomas, **não há grandes diferenças quando comparada à variante ômicron original**. Os principais sintomas incluem dor de cabeça, tosse, febre, dor de garganta, cansaço, perda de olfato e paladar. A principal **preocupação** com a BQ.1 é em relação ao **escape imunológico**. Apesar da incerteza, cientistas sugerem que essa nova variante escape com maior facilidade da proteção gerada pelas vacinas.

A **mais nova variante foi identificada em novembro de 2022, também no Amazonas**, por pesquisadores da Fiocruz. A **BE.9** é derivada da variante BE.5, uma das variações da ômicron que dominou o mundo. Os pesquisadores ressaltam que **essa variante foi capaz de aumentar o número de casos** na região, mas ainda não se tem notícia de mais casos em outros estados do país. Acredita-se que ela seja capaz de gerar reinfecção de forma semelhante à BQ.1., mas até o momento não foram notificados casos graves da doença.

Vale ainda falarmos da **variante Delta**, também conhecida por B.1.617.2, que foi **descoberta na Índia, no fim de 2020**, e tem a alta transmissibilidade como uma de suas principais características. Tanto que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) aponta que essa variante seja cerca de **60% a 200% mais transmissível em relação às anteriores**, podendo ser comparada à transmissibilidade da catapora.

Na ocasião de sua propagação, a delta provocou grande alerta na população, fazendo os governos reforçarem as medidas de segurança e diminuírem as flexibilizações que já aconteciam. Afinal, um estudo escocês mostrou que essa variante fez crescer casos que demandaram internação no país. Responsável por uma grande parcela dos casos de Covid-19 no ano de 2021, **ela perdeu sua importância no cenário atual diminuiu devido à predominância da ômicron e suas sublinhagens**.

**Como se proteger?**

![cdc-7AVkws3Ka8Q-unsplash.jpg](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/cdc_7_A_Vkws3_Ka8_Q_unsplash_b197c31a5c.jpg)

Máscaras, distanciamento social, evitar aglomerações, higienizar as mãos, o lar e ambientes de trabalho regularmente, usar roupas em ambientes externos apenas uma vez e lava-las em seguida, além de fazer quarenta se contrair a Covid-19. De forma geral, as variantes **não mudaram as formas de proteção indicadas pela da Organização Mundial da Saúde (OMS)** e de autoridades de saúde. No Brasil, não há, até o momento, obrigatoriedade para o uso de máscaras em ambientes externos, mas medida é contraproducente em locais fechados, devido ao risco de maior transmissibilidade de algumas cepas.

Outra medida muito importante é **a vacinação e as suas doses de reforço**. Esse é o caminho para o **controle efetivo da pandemia**. Mais pessoas imunizadas fazem com que o vírus encontre dificuldades para se multiplicar e se espalhar para outros organismos. E **quanto menos gente se infectar com o coronavírus, menores são as chances de que ele sofra novas mutações**.

Todas as vacinas disponíveis no Brasil são **completamente seguras** e utilizadas em várias outras regiões do mundo. Elas incluem:
• Janssen, da Johnson & Johnson;
• CoronaVac, feita em parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica Sinovac;
• Pfizer, da Pfizer e BioNTech;
• AstraZeneca, do laboratório homônimo em parceria com a Universidade de Oxford.

Inclusive, muitas delas já são completamente **eficazes contra a variante delta**. Para a **ômicron, por sua vez, a efetividade pode ser variável**. Isso quer dizer que, mesmo vacinados, podemos desenvolver sintomas de Covid-19, caso sejamos contaminados com essa forma da doença.

Todavia, é preciso frisar que pessoas vacinadas e contaminadas com a ômicron desenvolvem, em sua grande maioria, apenas **sintomas leves da doença**. Casos graves e hospitalizações estão normalmente associados àqueles que não foram devidamente imunizados. Ou seja: **a vacina salva vidas nesse caso!**

Inclusive, vale destacar que mesmo não existindo ainda uma vacina específica contra a ômicron, o laboratório **Pfizer** está trabalhando em uma **atualização da vacina já existente**. A farmacêutica anunciou que estudos de fase 2 e 3 foram concluídos, e que os resultados foram submetidos às principais agências sanitárias para avaliação. No **Reino Unido**, foi aprovada a utilização da primeira vacina contra a variante ômicron, desenvolvida pela **farmacêutica Moderna**. No **Brasil, ainda não há a disponibilidade de uma vacina específica** para as variantes da ômicron e a expectativa é que haja uma alta de casos nos próximos dias, segundo especialistas.

![Foto: National Cancer Institute / Unsplash.jpg](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/national_cancer_institute_fi3z_H_Lx_Wr_Yw_unsplash_fb10f7259d.jpg)

No caso das **crianças, o Ministério da Saúde (MS) aprovou a vacinação delas com a vacina de uso pediátrico da BioNTech/Pfizer (Cominarty)**. A depender da faixa etária da criança, deverão ser aplicadas diferentes variações da vacina quanto a sua dosagem. Informações sobre o número de doses e os intervalos entre elas poderão ser **obtidas nas unidades de saúde**. Ainda que seja incomum, casos graves entre crianças podem acontecer, levando-as até mesmo ao óbito. Mas é fato que a imunização infantil é outro passo importante para o controle de variantes e, claro, para o bem-estar dessa faixa etária.

Esperamos que esse texto ajude a esclarecer alguns fatos sobre as variantes do coronavírus, assim como lembrar sobre a importância de mantermos ao máximo as medidas de proteção. E **a informação, sempre será o primeiro passo.**

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