Carol Mourão A maioria dos brasileiros ainda não tem conhecimento sobre a Cop 30. É o que revela pesquisa do Ipea, em parceria com a LaClima. O evento, oficialmente chamado de 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, será realizado na cidade de Belém, em novembro deste ano.
O estudo demonstra que 71% dos brasileiros não sabem o que significa o evento, mas 78% sabem que o Brasil irá sedear esta edição.
A amostra, denominada de “Protagonismo do Brasil na Cop 30”, também revelou que 15% dos entrevistados discordam totalmente que o meio ambiente pode melhorar consumindo menos carne, e que 66% percebem que as alterações climáticas impactam em sua vida econômica.
E com relação as preocupações dos brasileiros, o estudo mostra que o meio ambiente está em quinto lugar entre as prioridades dos entrevistados, após saúde, família, vida financeira e educação.
Esses números não surpreendem e refletem como COP ainda é um tema distante da grande maioria da população. No entanto, os dados da pesquisa também mostram uma população que valoriza a pauta ambiental. Dos entrevistados, 66% veem o meio ambiente como prioridade para o futuro, 68% querem mais investimento em energia limpa e 77% preferem comprar de marcas comprometidas com a sustentabilidade.
Além da ausência de envolvimento da maioria com a COP 30, empresários brasileiros não se contagiaram com o acontecimento, e há uma preocupação do governo com problemas de infraestrutura de Belém.
O presidente da CMA (Comissão de Meio Ambiente), senador Fabiano Contarato (PT-ES), afirmou na última semana que os visitantes da COP 30 precisarão conviver com os “desafios” de infraestrutura na capital, após compartilhar relatório sobre andamento das obras, muitas delas, fora do cronograma.
Entre os tópicos de desconfiança, estavam a capacidade do aeroporto de Belém e os projetos de urbanização na cidade. Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos, afirmou que governo antecipou recursos para que as obras no aeroporto de Belém atendam os visitantes.
Belém não esconde seus problemas – e nem poderia. Como qualquer capital brasileira, tem seus desafios urbanos, sociais e estruturais. E sim, os participantes da COP vão convicer com esses desafios”, afirmou Contarato
Há também a preocupação era com a rede hoteleira da cidade, com número de leitos muito inferior à demanda do evento global. O governo precisou intervir no mercado imobiliário da cidade para impedir o aumento desproporcional no valor dos aluguéis em Belém. Desde então, o Poder Público fez investimentos na cidade, inclusive com a disponibilização de embarcações para acomodar delegações durante a COP 30.
