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Convocação de Delgatti e quebras de sigilo de Cid: veja o que rolou na CMPI

Além de Mauro Cid, Comissão `Parlamentar Mista de Inquérito terá acesso às transações de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça

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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as invasões ocorridas em 8 de janeiro, conhecidas como atos antidemocráticos, aprovou, nesta quinta-feira (3), a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de importantes figuras relacionadas ao cenário político. 

 

Entre os alvo dessas medidas, destacam-se o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal.

 

O tenente-coronel Mauro Cid, embora tenha comparecido ao colegiado, optou pelo silêncio diante dos questionamentos apresentados por deputados e senadores. Como resultado, a CPI aprovou a quebra de seus sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático, em busca de elucidar potenciais conexões e movimentações financeiras que possam estar relacionadas aos eventos em análise.

 

No que diz respeito a Anderson Torres, que ocupou a pasta da Justiça desde 2021 até dezembro de 2022, a comissão autorizou a quebra dos sigilos telefônico e telemático. Torres está agendado para depor perante a CPI na próxima terça-feira (8/8). 

 

Em janeiro, o ex-ministro foi detido sob acusações de omissão em relação aos atos considerados golpistas, ocorridos em 8 de janeiro, na sede dos Três Poderes em Brasília. A soltura de Torres ocorreu por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em maio deste ano, após quase quatro meses de detenção.

 

A lista de indivíduos sujeitos à quebra de sigilo se estende ainda a outras três pessoas: o general Carlos Eduardo Feitosa Rodrigues, que atuou no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante a gestão de Jair Bolsonaro; André Luiz Garcia Furtado, coronel e servidor do GSI que esteve presente no Palácio do Planalto no dia dos acontecimentos tidos como golpistas; e George Washington Sousa, condenado por tentativa de colocar uma bomba em um caminhão no Aeroporto de Brasília em dezembro de 2022.

 

Na sessão conduzida nesta quinta-feira, os parlamentares também aprovaram o acesso aos Relatórios de Inteligência Financeira (RIF) de funcionários e empresas, elaborados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), os quais identificam transações consideradas suspeitas em contas bancárias.

 

A CPMI, ao intensificar as investigações por meio das quebras de sigilo e da análise de relatórios financeiros, demonstra seu comprometimento em esclarecer os eventos e possíveis implicações ocorridos no início do ano. 

 

Dentre os nomes que estão no foco das investigações, figuram também o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques e Walter Delgatti Neto, conhecido como o “hacker da Vaza Jato”. O desdobramento dessas ações continuará a atrair a atenção pública nos próximos dias, à medida que mais informações são reveladas e depoimentos são colhidos.