Yunarẽ Bueno é nascido e criado em Brasília e, diferente do que a maioria costuma pensar, ele não corre desde sempre. É até difícil de acreditar, mas o ultramaratonista, que já completou dois desafios interestaduais, começou no esporte para combater o sobrepeso.
Essa questão já ficou no passado, mas foi também a paternidade que fez Yunarẽ começar a se cuidar e entrar no mundo da corrida. “Eu tenho um filho, e o médico falou que se eu quisesse acompanhar o crescimento dele, eu tinha que cuidar da minha saúde. A minha situação estava crítica”, contou o brasiliense.
Assim, ele começou. Mesmo achando a atividade de correr monótona inicialmente, Yunarẽ encontrou incentivo nas amizades. “Eu achava um esporte muito metódico, aquela coisa de ficar girando, fazendo rodagens no Parque da Cidade. Até que eu criei um vínculo de amizades nos treinos, e isso me motivou. Depois, vieram os resultados de saúde e estética”, explicou.
Em 2018, Yunarẽ correu sua primeira ultramaratona e, de lá pra cá, leva o esporte mais a sério. Isso culminou na realização do primeiro grande desafio em 2020: o trajeto BR-040, de Brasília ao Rio de Janeiro. Foram mais de 1100 km em 22 dias. Saiu da Capital Federal e concluiu na praia de Copacabana, com direito a mergulho de comemoração.
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Após isso, seguiu realizando provas nacionais e internacionais. A corrida o levou a diversos países do globo, como França e Portugal.
Até que, recentemente, na virada do ano de 2023 para 2024, Yunarê se desafiou mais uma vez: ele se propôs ao Desafio Tríplice Fronteira, de Brasília a Foz do Iguaçu.
Além da meta pessoal, essa jornada teve um gostinho a mais. O brasiliense se candidatou ao Guinness World Records, o famoso livro dos recordes. Na sua missão até a tríplice fronteira, onde se encontram o Brasil, o Paraguai e a Argentina, Yunarê buscou alcançar o maior número de ultramaratonas em um mês.
Tudo foi devidamente registrado e agora ele aguarda as burocracias para quem sabe ser figurinha carimbada no Guinness book. Mais uma vez, o desafio foi concluído com sucesso. Foram mais de 1600 km em 24 dias. O corredor chegou a percorrer 104 km em um único dia de percurso.
Mesmo com os feitos incríveis e as muitas ultramaratonas completas, Yunarẽ não se considera um atleta. Para ele, um atleta precisa viver do esporte, o que ainda não é o caso. O brasiliense é assistente técnico de cálculo judicial e mantém uma rotina cansativa para coordenar os treinos, a vida profissional e o lazer com a família.
“Muita gente me faz essa pergunta ou acha que minha vida é direcionada ao esporte. Eu trabalho no horário comercial e tenho meu filho. Porém, para conseguir fazer tudo, eu acordo às 3h da manhã para conseguir fazer o treino antes do horário de serviço”, contou o ultramaratonista.
