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Conheça Marlene, ex-atleta que venceu o câncer e conquistou o mundo

Marlene Mendes de Cerqueira, aos 87 anos, é um exemplo de superação e determinação. Quem a vê praticando natação todos os dias em sua academia não imagina todos os desafios que enfrentou, como um câncer, mas que jamais a impediram de realizar o seu objetivo: competir mundo afora.

 

 

Nascida em 1936, em Piracuruca-PI, ela foi introduzida ao esporte ainda na escola, aos 13 anos, uma vez que fazia parte da grade curricular da instituição, e todos os alunos deveriam participar. Dessa maneira, foi moldando sua paixão pelo nado, porém, sempre como um hobby.

Marlene mudou-se para Brasília em 1972, no mesmo ano em que nasceu seu filho, em busca de um futuro melhor para ela e sua família na chamada Capital da Esperança, uma vez que em sua cidade ela não teria tantas oportunidades.

 

Formada em Biologia, Marlene começou a lecionar para alunos do fundamental II e ensino Médio em escolas como o Setor Leste. Ela se aposentou no final da década de 80, quando sua paixão pela natação se reacendeu. Com mais tempo para se dedicar ao esporte, começou a competir em 1991, já aos 55 anos.

 

A primeira competição profissional foi em Sheffield, na Inglaterra, onde ela conquistou a medalha. Segundo ela, foi a disputa que mais gostou de participar, não só por ser a primeira, mas também por ter tido a oportunidade de interagir com pessoas mais velhas, na casa dos 80 anos.

O principal torneio que Marlene participou era o World Master Swimming Championship, realizado em diferentes cidades ao redor do mundo, como Sheffield, Indianapolis, Casablanca, entre outras. Sempre figurando nas primeiras posições, Marlene acumula ótimos resultados em diferentes categorias, incluindo um primeiro lugar na modalidade 200 metros Costas, no campeonato de 1994, realizado em Montreal, Canadá.

 

Em conversa com o GPS, ela relatou que, durante sua carreira, sempre teve muita liberdade em relação a sua rotina, já que nunca manteve os hábitos de um atleta convencional com uma dieta regrada, horários específicos para treinamentos, dentre tantos outros cuidados com a saúde que os esportistas normalmente têm.

 

Infelizmente, pouco tempo depois de começar a competir, Marlene desenvolveu um câncer de mama, que foi descoberto em decorrência da aparição de sintomas como fraqueza e indisposição. Antes da descoberta, a nadadora já estava sentindo os sinais, e recorreu a um neurologista que, após realizar alguns exames, constatou que ela estava “procurando doença”, e garantiu que ela estava em ótimas condições de saúde.

 

Foi graças a um exame de toque feito no pronto socorro, que foi descoberto um nódulo. Marlene iniciou o tratamento e, segundo ela, a doença nunca a impediu de competir e praticar natação e, apesar das dificuldades impostas pelo tratamento, como falta de ar, ela diz que nunca perdeu a motivação para nadar, pois o amor pelo esporte era maior que as dificuldades enfrentadas.

 

O tratamento felizmente funcionou e Marlene se curou do câncer. Imediatamente, ela voltou a viajar o mundo competindo. Sua última aparição em campeonatos foi em 1998, no Maui, quando ela cruzou o Havaí, se despedindo das competições oficialmente. Ela diz que o motivo por ter parado foi porque “achou que não convinha mais fazer tantas viagens, e o esforço era demais” apesar da insistência dos colegas.

 

Atualmente, Marlene mantém uma rotina de ir à academia de natação em um estabelecimento no Sudoeste, onde nada diariamente em torno de 800m. Ela relatou que pretende continuar nadando por muito tempo e que, além de ser uma atividade que gosta de fazer, também recebe orientações médicas para manter a prática.

Segundo Luigi Dalmasso, colega de natação de Marlene, no dia a dia na academia, ela está sempre sorridente, animada e contando sobre suas viagens quando era atleta e sobre sua resistência em viver com o pulmão comprometido, em decorrência da doença.

 

Com o instinto de competidora ainda vivo dentro dela, Luigi relatou que, mesmo com as dificuldades atuais que Marlene possui para nadar, ela costuma apostar corridas com os outros alunos durante as aulas, sempre fazendo brincadeiras com seus colegas de atividade.

 

Luigi ainda compartilha que Marlene costuma incentivar os outros alunos com o lema de “sempre resistir”, usando suas experiências como atleta de exemplo para os mais jovens, servindo como uma verdadeira inspiração para aqueles que gostam do esporte.

Redação GPS

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