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Conheça condição que pode afetar mulheres e é motivo de tabu

Você já ouviu falar sobre hipertrofia de clitóris? A condição atinge algumas mulheres e pode ser motivada por questões genéticas, o uso inadequado de hormônios ou doenças, como tumores que modificam a função hormonal ou síndrome de ovários policísticos. O fato é: o assunto é um tabu diante do efeito que a hipertrofia causa no clítoris. O componente da vagina cresce e assemelha-se ao órgão reprodutor masculino

 

Por vergonha ou medo de ser julgada, então, muitas mulheres acabam vivendo com o desconforto físico e até interrompem a vida sexual. Para além de estética, a condição pode interferir, por exemplo, na higiene do órgão feminino, e algumas pacientes relatam incômodos na hora de usar calcinha por conta do volume. 

 

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Mas é preciso ficar atenta, pois o clítoris normal tem diversos tamanhos e, por isso, os sintomas da hipertrofia de clitóris são bem característicos. A doutora Thalia Maia, especialista em cosmetoginecologia e cirurgia a laser, conta que os principais sintomas são:

 

“Inicialmente aumento da vascularização gerando edema e maior facilidade de ereção clitoriana. Nessa fase de edema, inchaço, suspendendo a medicação habitualmente regride o aumento. Na segunda fase, passa a ter hipertrofia de tecido de fato passando a ser irreversível. Algumas mulheres referem dor intensa durante essas fases, outras referem incômodo com atrito em roupas além do impacto emocional pelo aumento que toma forma masculinizada”.

 

Gizelle (nome fictítcio), aos 16 anos, recorreu aos hormônios injetáveis para melhorar a formação de músculos enquanto praticava exercícios físicos. O que ela não imaginava era que a escolha refletisse seriamente em sua vida adulta: aos 34 anos, nunca teve relação sexual por vergonha de sua genitália. A nutricionista apresentava hipertrofia de clitóris, reabsorção da gordura dos grandes lábios, e pele com textura grossa e enrugada.

“Foi gravíssimo e impactou diretamente a saúde mental dela. Trata-se de algo que abala a autoestima, a feminilidade e a segurança daquelas que desconhecem os efeitos negativos do uso inadequado ou abusivo desse tipo de substância. Felizmente, teve tratamento moderno, eficaz e seguro para casos como o de Gizelle”, destacou Thalia.

 

Outro episódio que marcou a médica foi uma de suas pacientes que, em uma praia de nudismo, foi questionada se havia feito cirurgia de mudança de sexo “sugerindo que ela, na realidade, tivesse genitália masculina”, conta. “Também teve uma senhora idosa, sem parceiro, que após reposição hormonal inadequada estava com clitóris aumentado e chorava toda vez que tomava banho e passava as mãos”, relata. “A verdade é que as mulheres não realizam esse procedimento pelo preconceito. Elas realizam por elas mesmas. É a própria mulher que se olha todo dia, toma banho, passa a mão. É a libido da mulher que é reduzida quando ela não gosta do próprio corpo”, defende.

 

Há tratamento

O tratamento ao qual Thalia se refere trata-se das cirurgias de clitoroplastia e clitoropexia e, alguns casos, de clitorotomia. Todas reduzem o tamanho do clítoris, e, no caso da doutora Thalia, a técnica é mais moderna, pois ela utiliza a técnica do laser CO2, que tem um corte preciso, além de estimular o colágeno, o que facilita a cicatrização da região. “A cirurgia é feita com anestesia local, em consultório, e, normalmente, a paciente retorna à rotina regular poucos dias após o procedimento.”

 

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Caso a mulher não tenha interesse em realizar a cirurgia, o ideal é suspender imediatamente o uso da substância que tem mexido com o ciclo hormonal e, então, avaliar a possibilidade de preencher os lábios externos para disfarçar o volume do clitóris, adequado as proporções.

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