Tiago Fernandes O embate militar entre Israel e Irã entrou em seu quarto dia neste domingo (15), com trocas intensas de ataques aéreos e mísseis que aumentaram o número de mortes e deixaram centenas de feridos nos dois países. A escalada começou após um ataque-surpresa israelense na madrugada de sexta-feira (13), atingindo instalações militares e nucleares em Teerã. Já o Irã lançou uma série de retaliações com mísseis balísticos e drones contra cidades israelenses, atingindo inclusive áreas residenciais em Tel Aviv, Haifa, Bat Yam e Tamra.
Do lado israelense, o saldo até o momento é de 13 mortos, incluindo três crianças, e mais de 390 feridos. Entre as vítimas, seis morreram em Bat Yam e quatro em Tamra, ambas no sábado. Em Israel, sirenes soaram em dezenas de cidades, forçando milhões de civis a buscarem refúgio em abrigos antibombas. O Exército israelense confirmou ainda que a maioria dos mísseis e drones iranianos foi interceptada, mas reconheceu falhas pontuais em seu sistema de defesa, o Domo de Ferro.
Em contrapartida, os bombardeios israelenses em Teerã e outras regiões do Irã deixaram pelo menos 128 mortos até agora, segundo diferentes fontes iranianas. Entre os alvos atingidos estavam o Ministério da Defesa, centros de comando relacionados ao programa nuclear e depósitos de combustível. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que quatro instalações críticas do complexo nuclear de Isfahan foram danificadas, embora sem risco de contaminação. Há também relatos da morte de altos comandantes militares iranianos e cientistas nucleares, entre eles o chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e o chefe das Forças Armadas, Mohammad Bagheri.
Enquanto isso, as lideranças dos dois países mantêm a retórica de confronto. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país continuará atacando “todo lugar e todos os alvos” no Irã e prometeu novos bombardeios, inclusive contra a usina de enriquecimento de urânio de Natanz. Já o aiatolá Ali Khamenei classificou os ataques israelenses como “declaração de guerra” e prometeu que Israel terá um “destino amargo”. O Irã também suspendeu todas as negociações nucleares e ameaçou atacar bases dos EUA, Reino Unido e França, caso esses países interfiram no conflito.
