O Índice de Confiança de Serviços (ICS), divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), apresentou crescimento de 1,4 ponto em outubro, alcançando 95,2 pontos, o maior nível dos últimos sete meses. O avanço reflete uma recuperação gradual no setor de serviços, impulsionada principalmente pelo segmento de alimentação fora do lar.
O ICS é composto pelo Índice da Situação Atual (ISA-S), que avalia a percepção dos empresários sobre o cenário atual, e pelo Índice de Expectativas (IE-S), que mede as projeções futuras. Em outubro, o ISA-S subiu 0,7 ponto, chegando a 94,5 pontos, enquanto o IE-S avançou 1,9 ponto, atingindo 96,1 pontos, o que aponta um otimismo tanto no momento presente quanto nas perspectivas dos empresários para os próximos meses.
De acordo com Stéfano Pacini, economista da FGV, “a melhora da confiança em outubro reflete a percepção dos empresários sobre a recuperação gradual da demanda e uma expectativa mais positiva para o futuro próximo. O crescimento dos gastos das famílias, ainda que moderado, tem sido um dos principais fatores para esse avanço”.
O ICS é um indicador que monitora o sentimento dos empresários em relação a fatores como demanda, faturamento e investimentos. Uma pontuação abaixo de 100 representa pessimismo, enquanto números acima sugerem otimismo. Esse crescimento na confiança acompanha o aumento dos gastos das famílias, com destaque para o setor de alimentação fora do lar.
Presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci destacou que o avanço do ICS é um reflexo do ambiente econômico favorável e da retomada do consumo. “O aumento da confiança dos empresários gera maior intenção de investimentos e, consequentemente, incentiva a abertura de novas empresas no setor”, afirmou Solmucci.
Apesar do ambiente positivo, o setor de alimentação fora do lar ainda enfrenta desafios. Solmucci observa que “parte das empresas segue com dificuldades financeiras e enfrentando problemas de faturamento. Um dos fatores que limitam esse crescimento é o desvio de parte da renda familiar para apostas online, o que impede que o setor aproveite completamente a baixa taxa de desemprego e o aumento do poder de compra da população”, concluiu.