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Com dólar e inflação em alta, Banco Central emite carta aberta para justificar cenário desfavorável

Moeda americana alcança R$ 6,12 na máxima do dia; inflação acima da meta pressiona juros e mercado reage

Em uma carta dirigida ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta sexta-feira (10), o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, apontou a desvalorização cambial como o principal fator para o descumprimento da meta de inflação de 3,0% em 2024.

O documento destaca que o cenário fiscal doméstico e a frustração do mercado contribuíram significativamente para a alta inflacionária.

O dólar encerrou a sessão desta sexta-feira em alta, cotado a R$ 6,10, impulsionado pelos mais recentes dados de inflação no Brasil e as novas estatísticas do mercado de trabalho dos Estados Unidos. Durante o dia, a moeda chegou a atingir R$ 6,1248 na máxima.

Simultaneamente, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em queda, refletindo as preocupações com a inflação e o cenário econômico global.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o principal indicador de inflação no Brasil, registrou uma alta de 4,83% em 2024, ultrapassando o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta de 3% poderia ser considerada cumprida se ficasse entre 1,5% e 4,5%. Este é o terceiro ano consecutivo em que a inflação supera o teto.

Na carta, além da depreciação do real, Galípolo mencionou o forte crescimento da atividade econômica e eventos climáticos adversos como razões adicionais para o aumento da inflação.

Desde a adoção do sistema de metas inflacionárias em 1999, o Brasil já descumpriu a meta de inflação em oito ocasiões, incluindo três vezes nos últimos quatro anos. Como é de praxe, o presidente do Banco Central deve justificar o não cumprimento ao ministro da Fazenda, detalhando as causas que levaram ao desvio.

Segundo o relatório de Galípolo, o desvio de 1,83 pontos percentuais em relação à meta foi impulsionado por quatro fatores principais: inflação importada (0,72 p.p.), inércia do ano anterior (0,52 p.p.), hiato do produto (0,49 p.p.) e expectativas inflacionárias (0,30 p.p.).

A inflação importada, que inclui a alta do dólar e commodities como alimentos e petróleo, teve um impacto significativo. A valorização do dólar frente ao real contribuiu com 1,21 p.p. para a inflação, embora esse efeito tenha sido parcialmente mitigado pela redução no preço internacional do petróleo (-0,59 p.p.).

A carta de Galípolo detalha a variação cambial, com a taxa de câmbio subindo de uma média de R$ 4,95 no último trimestre de 2023 para R$ 5,84 no mesmo período de 2024, representando um aumento de 18%. A comparação entre as médias de dezembro de 2023 e 2024 mostra uma variação de 24,5%, com o real desvalorizando 19,7%.

A combinação de fatores internos e externos que levou à alta inflacionária de 2024 coloca pressão sobre o Banco Central e o governo para adotar medidas que estabilizem a economia e alinhem a inflação às metas estabelecidas para os próximos anos.

A pressão sobre o Banco Central para continuar elevando a taxa básica de juros, atualmente em 12,25% ao ano, aumenta, com projeções do mercado financeiro apontando para uma taxa entre 15% e 16% em 2025.

Mercado

No cenário internacional, o mercado reagiu ao relatório de emprego dos Estados Unidos, o “payroll”, que registrou a criação de 256 mil vagas de emprego não-agrícolas em dezembro, superando as expectativas de 164 mil. A taxa de desemprego americana caiu para 4,1%, abaixo da projeção de 4,2%.

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