O atentado a tiros contra o senador colombiano Miguel Uribe Turbay, ocorrido no último sábado (7) durante um evento político em Bogotá, reacendeu o temor da violência política no país. Uribe, de 39 anos, é pré-candidato à Presidência pela oposição e segue internado em estado grave após ser atingido por dois disparos na cabeça. Diante da gravidade do caso, o presidente Gustavo Petro determinou prioridade total na identificação dos envolvidos no ataque, oferecendo uma recompensa de US$ 730 mil por informações que levem aos autores.
Um adolescente de 15 anos foi detido no local do crime, portando a arma usada nos disparos. Ele também ficou ferido e está sob custódia das autoridades. Duas outras pessoas foram atingidas e mais de 100 agentes estão envolvidos nas investigações. O governo também pretende apurar falhas na segurança do parlamentar e ampliar a proteção a membros da oposição e familiares de ministros, que relataram ameaças recentes.
O presidente Petro afirmou que o ataque representa uma ameaça direta à democracia e sugeriu que a ação pode ter sido uma tentativa de desestabilizar seu governo. Ele destacou o uso de menores de idade por grupos criminosos e pediu que o atentado não seja explorado politicamente. Ao mesmo tempo, líderes internacionais, como o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e representantes da União Europeia, Chile e Equador, condenaram a violência.
Tensão política
O atentado acontece em meio a um momento de forte tensão política no país. O governo Petro tenta avançar com uma reforma trabalhista, que já foi rejeitada duas vezes pelo Senado. O presidente acusa o legislativo de fraude na votação da proposta de consulta pública sobre o tema. Diante do impasse, Petro prometeu editar um decreto para convocar diretamente a população e também incluir questões relacionadas à reforma da saúde, outro tema central de sua gestão.
Miguel Uribe Turbay é um nome de peso na política colombiana. Eleito senador em 2022, é neto do ex-presidente Julio César Turbay e filho da jornalista Diana Turbay, assassinada em 1991 por narcotraficantes liderados por Pablo Escobar. O atentado impulsionou pedidos pela suspensão temporária das campanhas eleitorais. A eleição presidencial na Colômbia está marcada para maio de 2026.