GPS Brasília comscore

CNJ afasta juiz Marcelo Bretas por condutas suspeitas

Magistrado é acusado de negociar penas e combinar estratégias com o Ministério Público no âmbito das investigações da extinta Operação Lava Jato

Compartilhe:

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu nesta terça-feira (28) afastar o juiz Marcelo Bretas da 7ª Vara Federal Criminal do Rio. Ele é o responsável pelos processos derivados da **extinta Operação Lava Jato** em tramitação no Rio de Janeiro.

Os conselheiros também abriram investigações internas sobre a conduta do juiz. **O afastamento vale até a conclusão do procedimentos**.

O julgamento ocorreu a **portas fechadas** porque o caso foi colocado em sigilo. A transmissão ao vivo da sessão do CNJ foi interrompida e quem acompanhava presencialmente a votação precisou deixar o plenário.

Os processos administrativos foram abertos a partir de três reclamações disciplinares contra o juiz. **Ele foi acusado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de negociar penas, orientar advogados, pressionar investigados e combinar estratégias com o Ministério Público Federal (MPF) em acordos de colaboração premiada**. A representação da OAB teve como base denúncias do advogado Nythalmar Dias Ferreira Filho.

**Outra reclamação foi apresentada pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), que acusa o juiz de usar o cargo para tentar prejudicá-lo na campanha eleitoral de 2018**. Trechos de uma delação premiada que atingiam o então candidato a governador foram vazados. Paes acabou derrotado no segundo turno pelo ex-juiz Wilson Witzel, que não chegou a terminar o mandato e foi cassado em meio a denúncias de corrupção.

A terceira reclamação partiu do corregedor do CNJ, Luis Felipe Salomão, após uma fiscalização extraordinária apontar “_deficiências graves dos serviços judiciais e auxiliares_” na 7ª Vara Federal Criminal do Rio.