Redação GPS Cine Brasília promove sessão inclusiva da animação ‘Flow’ para neurodivergentes
Sessões adaptadas garantem acessibilidade ao cinema para pessoas autistas e neurodivergentes, com som reduzido, luzes acesas e ambiente mais acolhedor.
O Cine Brasília realizou, nesta quarta-feira (26), uma sessão especial da animação Flow, vencedora do Oscar de Melhor Animação em 2025, voltada para pessoas autistas e neurodivergentes. A iniciativa faz parte de um projeto de acessibilidade do cinema, que promove exibições adaptadas regularmente para garantir uma experiência mais inclusiva ao público.
Durante a sessão, o ambiente foi ajustado para atender às necessidades dos espectadores. As luzes permaneceram acesas, o som foi reduzido e a circulação dentro da sala foi liberada, criando um espaço mais confortável e acolhedor. A ideia é proporcionar uma experiência cinematográfica acessível e garantir que todos possam desfrutar do lazer cultural sem barreiras.
Acessibilidade e inclusão
O secretário da Pessoa com Deficiência, Flávio Santos, destacou a importância da iniciativa para a integração de neurodivergentes ao universo do cinema. “Enquanto sociedade, temos que pensar que as pessoas têm direito de estar em todos os espaços e usufruir dos serviços de lazer, não só daqueles de saúde ou extrema necessidade”, afirmou.
Já a diretora do Cine Brasília, Sara Rocha, explicou que a proposta nasceu da necessidade de ampliar as políticas de acessibilidade do espaço. “Percebemos que sessões acessíveis com janela de Libras e audiodescrição não atendiam plenamente o público neurodivergente. Criamos esse formato para garantir que todos possam fruir dos filmes da maneira mais confortável possível”, destacou.
A sessão especial de Flow foi bem recebida pelos espectadores. O estudante Kauan Macedo, de 21 anos, ressaltou a importância da acessibilidade no cinema. “Demonstra uma sensibilidade com questões que são tão atuais”, afirmou. Já Maria Cândida, de 28 anos, destacou que a iniciativa também beneficia os acompanhantes. “Amplia o acesso não só para os autistas, mas para aqueles que estão ali cuidando ou acompanhando”.
Thalía Duarte, também de 28 anos, reforçou o impacto positivo das sessões adaptadas. “Filmes são uma forma importante de conexão emocional para nós, autistas. Essa iniciativa permite que outras pessoas tenham essa experiência de forma mais acessível”, comentou.
Sem falas e utilizando apenas sons de animais, Flow conta a história de um gato que luta pela sobrevivência em um mundo pós-apocalíptico dominado pelas águas. Ao longo da jornada, ele encontra companheiros inusitados, como um cão, uma capivara, um lêmure e uma ave.
Produzido na Letônia, o longa se destacou por superar grandes estúdios como Pixar e DreamWorks, tornando-se um fenômeno internacional. O sucesso do filme gerou comemorações na Letônia, incluindo exposições com as estatuetas conquistadas e murais com imagens do protagonista pelas ruas do país.
Com Agência Brasília
