O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelou, recentemente, descobertas “atípicas” e “incompatíveis” em relação às movimentações financeiras do tenente-coronel Mauro Cid, que anteriormente atuou como ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).
O militar se encontra sob custódia e é alvo de investigações conduzidas pela Polícia Federal, que apura seu envolvimento em um esquema de supostas fraudes no cartão de vacina, bem como sua participação em conversas de cunho golpista.
De acordo com informações obtidas pelo jornal O GLOBO, o Coaf identificou indícios de “movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, atividade econômica ou a ocupação profissional e capacidade financeira do cliente” nas contas de Mauro Cid. Além disso, o órgão também detectou “transferências unilaterais que, pela habitualidade e valor ou forma, não se justifiquem ou apresentem atipicidade”.
Em resposta às acusações, o advogado Bernardo Fenelon, responsável pela defesa de Cid, assegurou que “todas as movimentações financeiras do tenente-coronel, inclusive aquelas referentes a transferências internacionais, são lícitas e já foram esclarecidas para a Polícia Federal”. O criminalista também ressaltou que todas as declarações da defesa estão sendo apresentadas exclusivamente nos autos do processo.
De acordo com o relatório do Coaf, as transações financeiras de Mauro Cid totalizaram R$ 3,2 milhões em um período de sete meses, compreendido entre 26 de junho de 2022 e 25 de janeiro de 2023. Durante esse intervalo, o militar registrou operações de débito no montante de R$ 1,4 milhão e créditos no valor de R$ 1,8 milhão. É importante ressaltar que o tenente-coronel, por ser militar da ativa, possui uma remuneração mensal de R$ 26.239.
Além das investigações conduzidas pela Polícia Federal, o caso também chamou a atenção da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do 8 de Janeiro, no entanto, o Ministério Público Federal (MPF) decidiu arquivar a representação que acusava Mauro Cid de abuso do silêncio durante os procedimentos investigativos.
Agora, as autoridades seguem aprofundando as investigações para esclarecer as circunstâncias envolvendo as movimentações financeiras consideradas “atípicas” e “incompatíveis”, bem como as acusações de supostas fraudes no cartão de vacina e possíveis práticas de teor golpista atribuídas ao tenente-coronel Mauro Cid.