O deputado distrital Chico Vigilante (PT) sugeriu, nesta quarta-feira (25), a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o contrato de concessão com envolvendo o Estádio Mané Garrincha. Durante seu discurso na sessão ordinária da Câmara Legislativa do DF (CLDF), ele também informou que havia planos para a instalação de uma loja da Havan no complexo esportivo.
“Vocês sabiam que, além do chamado Costa Atacadão, ia ser colocada ali nas imediações do estádio, já havia um contrato, uma loja da Havan? Estou falando sério, tanto que fiz um requerimento hoje (quarta-feira). Eu quero todos os contratos na minha mão, porque não é para isso que foi autorizada aquela Arena. Porque um terreno para você colocar uma loja aqui no Distrito Federal é muito caro. Entretanto, os amigos do rei estavam indo para ali quase de graça”, discursou.
O parlamentar também disse que pretende descobrir quem são os beneficiários dos espaços no Estádio Mané Garrincha. “Quero saber quanto ia custar cada contrato e o que a Arena BRB já pagou para o Governo do Distrito Federal e o que a população ganhou com isso”, afirmou, pouco antes de sugerir a abertura uma CPI para investigar o contrato.
Desrespeito ao concurso e ao Masterplan
Os deputados distritais também criticaram duramente as aplicações atuais da área do Mané Garrincha. Para Gabriel Magno (PT), não houve cumprimento de nada que estava no projeto que venceu o concurso público para a requalificação da área.
“Se você pegar o processo e o concurso vencedor vai ver que, até agora, eles não entregaram nada do que prometeram – a Esplanada Verde, as árvores, os espaços esportivos para a cidade. Agora, a obra com centro comercial com atacadista, com uma série de atividades comerciais e empresariais que vão acontecer lá, isso já está avançando, surrupiando inclusive o que está no texto do PPCub, que foi aprovado aqui daquele jeito” destacou.
O parlamentar reforçou que fará denúncia no Ministério Público e também no Tribunal de Contas. “É preciso investigar os contratos, as autorizações e as permissões que foram dadas para esse atentado contra a cidade que a gente também tem visto aqui na área central”, completou.
Em fala contundente, o deputado distrital Fábio Felix (PSol) fez duras críticas à concessão e apresentou aos colegas imagens do projeto vencedor do concurso público. Após olhar as imagens, o distrital Pastor Daniel (PP) também fez críticas aos desvios de uso da área. “Estava olhando o projeto que o deputado Fábio Félix mostrou. No projeto é muito bonito. O que a gente precisa fazer é que se execute exclusivamente o que está no projeto”, destacou.
“Eu já pedi que requeressem todos os detalhes desse contrato para que eu possa estudar para ver o que está sendo cumprido e o que não está sendo cumprido. A nossa função é fiscalizar. O fato é que o estado fez uma concessão e nós precisamos saber como é que está essa concessão e que ela seja cumprida ipsis litteris no contrato original. O que nós não podemos aceitar é que seja uma concessão que venha para privilégio apenas do rico e que deixe de cumprir com o que esteja no contrato”, concluiu.