O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (28) que a megaoperação da Polícia Federal contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) “conseguiu chegar na cobertura do sistema, no andar de cima” do crime organizado.
Ao todo, 1.400 agentes participaram da ação policial, que mirou 350 alvos, entre pessoas físicas e jurídicas de oito estados. Do total de mandados cumpridos, 42 foram na Avenida Faria Lima, um dos principais centros financeiros da País.
Haddad defendeu que “contra o crime organizado, é preciso haver resposta organizada”. “A fiscalização da Receita Federal tem que ser colocada à disposição dos órgãos de combate ao crime organizado, porque a sofisticação do crime organizado hoje, ela exige da parte da Receita que nós consigamos decifrar o caminho do dinheiro, que é muito sofisticado”, explicou.
Durante coletiva de imprensa, o ministro comentou que cerca de R$ 52 bilhões transitaram por fintechs ligadas a organizações criminosas nos últimos quatro anos. Ele detalhou que o esquema utilizado pelos alvos da ação policial era sofisticado e com “muitas camadas de proteção”.
Haddad ainda defendeu que o governo federal deve intensificar as operações contra às fraudes e ao uso errado do sistema financeiro. “Você deixar uma equipe exclusiva para decifrar a fraude estruturada, que conta com mecanismos financeiros sofisticados, é a maneira correta de usar a inteligência do Estado para chegar aos líderes do crime. Assim você seca a fonte dos recursos, para impedir que a atividade criminosa seja abastecida”, disse o ministro.
“Maior da história”
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, defendeu que a operação é uma das maiores ofensivas já registradas contra o PCC.
Lewandowski ressaltou que a tentativa de infiltração do crime organizado em setores legais da economia é um fenômeno mundial. Segundo ele, o enfrentamento exige mais do que grandes operações pontuais: “É preciso uma atividade integrada de todos os órgãos, sobretudo aqueles que trabalham com inteligência”, afirmou.