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Chega a pelo menos 113 o número de assinaturas em pedido de impeachment de Lula

Novo é o primeiro partido a oficializar adesão ao grupo
Chega a pelo menos 113 o número de assinaturas em pedido de impeachment de Lula
Foto: Ricardo Stuckert/PR

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Chega a 113 o número de assinaturas em pedido de impeachment de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara dos Deputados, em razão da declaração do presidente comparando a atuação de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio em massa de judeus praticado no Holocausto comandado por Adolf Hitler.

O número atingido na manhã desta terça-feira (20) é recorde na atual legislatura. O pedido está marcado para ser protocolado às 17h30 de hoje, de acordo com a oposição.

O Partido Novo anunciou adesão ao movimento contra Lula. “Um presidente da República não deve apoiar assassinos, terroristas e ditaduras, e tampouco ser hostil com nações amigas”, diz a sigla em nota.

A sigla é a primeira a anunciar a assinatura ao pedido de impedimento de Lula oficialmente. Além do Novo, são signatários do pedido deputados de PL, Podemos, PP, PRD, PSD, Republicanos, União Brasil, Cidadania, PSDB e MDB.

A declaração do presidente ocorreu durante entrevista coletiva em Adis Abeba, capital da Etiópia. “O que está acontecendo em Gaza não aconteceu em nenhum outro momento histórico, só quando Hitler resolveu matar os judeus“, disse Lula, que também criticou Israel ao afirmar que Tel-Aviv não obedece a nenhuma decisão da ONU e afirmou que defende a criação de um Estado palestino. O presidente afirmou ainda que o conflito “não é uma guerra entre soldados e soldados, é uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças”, afirmou. “Não é uma guerra, é um genocídio.

no domingo, deputados bolsonaristas repudiaram a fala e começaram a recolher assinaturas para apresentar o pedido de impeachment. Na noite de domingo, o documento tinha 80 signatários, que na manhã desta terça-feira já eram 113. Os parlamentares dizem que a afirmação de Lula é “injustificável, leviana e absurda” e citam um trecho da lei que fundamenta os crimes de responsabilidade para justificar o pedido. O texto diz que é crime “cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade“.

Além dos deputados, senadores também repudiaram a fala do presidente. O grupo parlamentar Brasil-Israel, do Senado, condenou e classificou como “tendenciosa e desonesta” o pronunciamento de Lula. Também condenaram a fala o presidente de Israel, Binyamin Netanyahu, e entidades judaicas no Brasil, como a Confederação Israelita do Brasil (Conib). Em Israel, o ministro das Relações Exteriores Israel Katz declarou que Lula não é bem-vindo no país.  

Leia a íntegra da nota do Novo:

As declarações absurdas de Lula, relativizando o Holocausto e insultando o povo judeu, são o epílogo de uma política externa desastrosa, puramente ideológica, alinhada a ditaduras e grupos terroristas, e cuja continuidade é uma ameaça iminente à posição do Brasil perante a comunidade internacional.

Um presidente da República não deve apoiar assassinos, terroristas e ditaduras, e tampouco ser hostil com nações amigas Tem a obrigação de seguir regras de comportamento à altura de seu cargo, e não pode proferir absurdos e tolices que exponham a nação ao constrangimento.

Tais atitudes configuram crime de responsabilidade, conforme a Lei do Impeachment, que define como infração ‘cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade’, além de ‘proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo’.

É preciso tratar o Brasil – e o cargo mais importante da República – com respeito. Para o bem do país, a Câmara dos Deputados deve afastar Lula pelos crimes de responsabilidade cometidos, e pela clara inaptidão para ocupar a presidência.”

*Com informações do Estadão Conteúdo