A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), repudiou a truculência policial protagonizada por dois agentes da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) a um homem na comercial da 112 Norte, em Brasília. Na ocasião, o publicitário Diego Torres Machado de Campos, de 42 anos, foi agredido pelos policiais na frente do filho, de apenas 5 anos.
“Nós repudiamos totalmente qualquer tipo de abuso de autoridade. Todas as pessoas que ocupam cargos públicos precisam saber que isso traz muito mais responsabilidade do que poder”, enfatizou a governadora durante agenda no Palácio do Buriti, nesta quinta-feira (10).
Celina Leão voltou a dizer que o Governo do Distrito Federal (GDF) determinou, logo após o episódio, a abertura de investigação na Corregedoria-Geral da Polícia Civil do DF (PCDF) para apuração do caso. “Ontem mesmo [quarta-feira], o nosso diretor-geral, José Werick de Carvalho, já encaminhou o caso à Corregedoria, que é o órgão responsável por tomar as providências cabíveis. Todas as medidas já foram tomadas”, defendeu.
“Podem ter certeza: o Governo do Distrito Federal sempre atuará com firmeza em situações como essa. Mas é importante deixar claro que esse caso não reflete a nossa segurança pública. Temos uma polícia que não é letal, que é cidadã. Esse foi um caso de excesso, repudiado inclusive pelos próprios colegas”, prosseguiu a gestora.
A governadora em exerício afirmou se tratar de um “caso expecional, mas que será tratado com todo o rigor”. “Reforço: nosso repúdio total. Havia crianças presentes e o dever do Estado é proteger. É uma polícia cidadã, que respeita os direitos humanos. A sociedade deve se sentir protegida, e não ameaçada.”
Entenda o caso
A abordagem ocorreu durante a tarde e teria sido motivada por um suposto acidente de trânsito envolvendo o carro do publicitário Diego Torres Machado de Campos, de 42 anos, que teria apenas encostado na viatura descaracterizada dos agentes, sem causar danos aparentes. O caso ganhou repercussão após ser divulgado pelo portal Metrópoles.
Segundo testemunhas e vídeos divulgados nas redes sociais, Diego foi retirado do veículo com violência, imobilizado com joelho nas costas e agredido com socos e coronhadas por agentes da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), diante do próprio filho, uma criança de apenas 5 anos, que ficou em prantos na calçada.
Apesar dos apelos do motorista sobre a presença do filho, os policiais o levaram preso e deixaram a criança aos cuidados de desconhecidos. Populares que presenciaram a cena relataram que o menino foi acolhido por mulheres que se uniram para protegê-lo até a chegada da mãe.
Acionada pela reportagem, a Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB-DF) também se manifestou, cobrando o afastamento dos policiais envolvidos e a responsabilização dos agentes por abuso de autoridade e abandono de incapaz.