Depois da pandemia, o Herpes-Zóster ganhou força na mídia. Também conhecida como cobreiro, a doença cresceu no Brasil, de acordo com uma pesquisa conduzida por médicos do Instituto Penido Burnier.
De acordo com o estudo, nos primeiros dois meses de 2024, foram diagnosticados 27 mil casos de reativação do vírus, um aumento expressivo em relação aos 9 mil casos registrados no mesmo período do ano anterior.
A patologia é uma doença infecciosa provocada pelo vírus Varicella-Zoster , o mesmo que causa a catapora (varicela).
“Na infância, quase todos temos contato com esse vírus, que por anos fica “escondido” no sistema nervoso (raiz dos nervos na medula espinhal), onde fica “adormecido”, ou seja, controlado pelo nosso sistema imune. A manifestação da doença geralmente surge quando há uma quebra da nossa barreira imunológica”, explica Felipe Chediek, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
A doença se manifesta geralmente em um lado do corpo, com o aparecimento de pequenas bolhas cheias de líquido cercadas por uma área avermelhada e dolorida. Esses sintomas podem durar de duas a quatro semanas.
Antes dos sinais cutâneos, é comum que o paciente sinta dores nos nervos, febre, dor de cabeça, mal-estar, ardor, coceira, formigamento, agulhadas e/ou adormecimento locais.
“A doença pode surgir durante episódios de baixa imunidade e/ou estresse em pessoas de qualquer idade que já tiveram catapora ativa ou nas que tiveram contato com o vírus, mas ficaram assintomáticas. Isso porque, após o primeiro contato, o vírus permanece latente e inativo no corpo por anos até ter uma situação que possa ativá-lo novamente, causando a herpes-zóster”, explica Marcela Rodrigues, diretora da Salus Imunizações.
O diagnóstico é feito por meio do exame clínico, realizado por um médico dermatologista.
“A doença é contagiosa, então pessoas que nunca tiveram catapora ou não foram vacinadas contra catapora não devem ser expostas às lesões. Da mesma forma, pacientes imunocomprometidos e gestantes também não devem ser expostas. A recomendação é que o indivíduo acometido mantenha as lesões cobertas e evite contato com as pessoas do grupo de risco até que a infecção esteja resolvida”, alerta Fabiana Seidl, Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
O tratamento se baseia em uso de antivirais. “Estudos demonstram a importância de iniciar precocemente a terapêutica se possível nas primeiras 72 horas após a instalação dos sintomas. Esse tratamento precoce permite uma menor duração da replicação viral, impede a formação de novas vesículas e diminui a duração da dor aguda”, alerta o médico Felipe Chediek.
A prevenção contra a doença também é possível com as vacinas, recomendadas para pessoas a partir de 50 anos. Além disso, são indicadas para indivíduos com mais de 18 anos que possuem algum tipo de imunossupressão, como aquelas que tiveram alguma infecção viral, portadoras de comorbidades.