Segundo novos laudos periciais realizados no Brasil, a causa da morte de Juliana Marins, que caiu em um vulcão na Indonésia, foi hemorragia interna decorrente de múltiplos traumas provocados por uma queda de grande altura. O acidente teria causado lesões poliviscerais e politraumatismo, compatíveis com um grande impacto. O laudo aponta que a brasileira teria sobrevivido por dois a três dias após a primeira queda e, no máximo 15 minutos, após a última queda.
A autópsia realizada no Brasil foi um pedido da família de Juliana, que questionou a versão oficial apresentada pelas autoridades indonésias. O corpo chegou embalsamado ao Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto, no Rio de Janeiro e passou por esse novo exame com a presença de representantes da família e da Polícia Federal. Embora não tenha sido possível determinar a hora exata da morte devido ao estado de conservação, o laudo brasileiro confirmou os traumas internos severos e sugeriu que Juliana pode ter passado por um período de agonia antes da morte, com intenso sofrimento físico e psíquico.
Relembre
O acidente ocorreu em 21 de junho, mas o corpo de Juliana só foi resgatado na noite do dia 24. Turistas chegaram a registrar imagens com drones mostrando que ela ainda estava viva horas após a queda, mas o resgate oficial enfrentou dificuldades devido à neblina e à geografia do local. Ela foi vista em diferentes pontos da encosta até ser finalmente encontrada, já sem vida, a cerca de 600 metros da trilha. A atuação das autoridades locais foi duramente criticada pela família, que apontou falhas na estrutura de resgate e na condução das investigações.
Juliana era natural de Niterói (RJ), formada em Publicidade e Propaganda pela UFRJ e trabalhava também como dançarina. Durante sua viagem, ela já havia visitado países como Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia. A trilha no Monte Rinjani foi feita com o apoio de uma empresa de turismo local. A Defensoria Pública da União pretende apresentar medidas após o resultado do laudo brasileiro, que pode confirmar as suspeitas iniciais da família sobre possíveis negligências no socorro prestado à jovem.